O senador democrata Charles Schumer propôs neste domingo que o Congresso dos EUA aprove este ano a reforma migratória, mas que sua entrada em vigor seja adiada até o fim do mandato do presidente Barack Obama, em 2017, em uma tentativa de desbloquear o processo.
Sua proposta é uma resposta direta ao presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, que disse semana passada que seria muito difícil aprovar uma reforma porque os legisladores de seu partido não acham que Obama cumprirá a lei.
"Há uma solução muito singela: aprovemos a lei este ano, mas não deixemos que entre em vigor até 2017, quando acabar a presidência de Obama", disse Schumer em entrevista à rede de televisão "NBC".
Michael Steel, porta-voz de Boehner, descartou a viabilidade da proposta ao afirmar que não é prática, já que eliminaria completamente os incentivos do presidente para fazer cumprir a lei durante o resto de seu mandato.
"Francamente, um dos maiores obstáculos que enfrentamos é o da confiança. E o povo americano, incluindo muitos dos membros (republicanos da Câmara), não confiam que a reforma da qual estamos falando aconteça", afirmou Boehner na quinta-feira.
Segundo Boehner, os republicanos, que apresentaram seus princípios para uma reforma migratória na semana passada após meses de silêncio, continuarão tratando o assunto no Capitólio, mas para avançar sobre isso Obama "vai ter de demonstrar para o povo americano e para os republicanos que podem confiar nele para fazer cumprir a lei como está escrita".
"Há uma dúvida generalizada sobre se podemos confiar nesta administração para fazer cumprir nossas leis. E vai ser difícil de movimentar qualquer legislação sobre imigração até que isso mude", sentenciou o líder republicano.