Ele poderia ser o ideal de pré-candidato a vice-presidente republicano: fotogênico, hispânico e um conservador fiscal adotado pelo grupo do Tea Party.
É por isso que Marco Rubio, senador do estado da Flórida, é a escolha favorita do pré-candidato republicano Newt Gingrich como companheiro de chapa - pelo menos esta semana, já que Gingrich está prestes a enfrentar Mitt Romney na primária republicana do estado na próxima terça-feira.
Mas Rubio pode não ser tão cobiçado quanto Gingrich ou Romney querem fazer parecer enquanto buscam votos na Flórida, onde mais de 450 mil hispânico se identificam como republicanos.
Apesar de sua reputação de cão de guarda dos gastos federais, Rubio, de 40 anos, teve problemas financeiros consideráveis que podem impedi-lo de obter a aprovação de qualquer processo eliminatório como potencial escolha para vice-presidente, dizem estrategistas democratas e republicanos.
De certa maneira, a história das finanças de Rubio é semelhante à de centenas de milhares de seus eleitores em um Estado onde mais de 40% dos donos de imóveis estão "enforcados", devendo mais do que valem suas casas.
Rubio deve bem mais por sua casa de 384 mil dólares em Miami do que ela vale, e em algumas ocasiões teve dificuldades para pagar sua hipoteca.
Ele comprou o imóvel em 2005 por 550 mil dólares com uma hipoteca de 495 mil dólares, e logo a fez avaliar por 735 mil dólares, assumindo uma linha de crédito de 135 mil dólares.
Em 2008, apesar de arrecadar declarados 400 mil dólares - incluindo seu salário de 300 mil dólares da firma de advocacia Broad and Cassel - Rubio não conseguiu pagar o montante principal por sua casa durante vários meses, de acordo com revelações da área de finanças da campanha da Flórida.
Antes de assumir no Senado no ano passado, ele foi envolvido em uma investigação do imposto de renda sobre o Partido Republicano da Flórida pelo uso de cartões de crédito emitidos pela agremiação. Ele havia usado seu cartão com frequência com gastos pessoais, e mais tarde reembolsado for a pelo partido em cerca de 16 mil dólares.
Isso contrasta com a imagem que passa em sua página do Senado, onde diz que "precisamos de um governo que pare de gastar mais dinheiro do que arrecada".
Seus problemas financeiros levaram os democratas da Flórida a pintá-lo como um hipócrita.
"Rubio fez campanha em cima da contenção de gastos do governo, mas seus gastos pessoais estão fora de controle", disse Brannon Jordan, do Partido Democrata local. "Ele diz uma coisa e faz outra".
O escritório de Rubio se recusou a discutir a questão de suas hipotecas em detalhe, e partidários dele dizem que suas dívidas não são significativas e podem ter sido remediadas pelo adiantamento para um livro para a Sentinel, braço conservador do grupo Penguin.
Gingrich disse que Rubio é "um ótimo sujeito" que "estaria na lista de qualquer um que se torne nosso indicado".
Rubio reluta em discutir sua presença no palanque republicano.
"Não acho nem creio que serei vice-presidente deste país", disse, mas "aprecio os comentários (de Gingrich) porque me fazem sentir bem".
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”