O Senado do Japão aprovou nesta sexta-feira (22) uma resolução proibindo o senador Antonio Inoki - ex-lutador profissional e ex-promotor de eventos de luta livre - de ter acesso ao plenário durante 30 dias como punição por uma viagem realizada recentemente para a Coreia do Norte sem permissão parlamentar.
A punição, aprovada por unanimidade, é a primeira deste tipo em 60 anos e foi imposta porque os senadores consideraram que Inoki não respeitou as normas ao viajar durante o período de sessões para um país estrangeiro sem a autorização do Parlamento.
O Partido pela Restauração do Japão, do qual pertence Inoki, já suspendeu sua afiliação por 50 dias devido à viagem.
O senador visitou durante seis dias a Coreia do Norte no início de novembro com o objetivo de promover um intercâmbio esportivo com o regime comunista.
O Japão não mantém relações diplomáticas com a Coreia do Norte, e suas relações pioraram ainda mais por causa dos sequestros de cidadãos japoneses por parte de Pyongyang nas décadas de 1970-80 e do posterior desenvolvimento de seu programa nuclear e de mísseis.
O parlamentar, de 70 anos de idade, que já tinha realizado viagens anteriores à Coreia do Norte quando não era político, abriu em Pyongyang um escritório de representação da ONG que dirige durante esta última viagem.
No entanto, durante sua estadia também se reuniu com importantes funcionários do regime, inclusive um tio do atual líder, Kim Jong-un.
Inoki viveu por alguns anos no Brasil. O ex-lutador emigrou junto com seu avô, mãe e irmãos em 1957, aos 14 anos, devido às condições difíceis do Japão no pós-Guerra, mas voltou ao país para treinar luta livre com o nipo-coreano Mitsuhiro Momota, também conhecido como Rikidozan.