Em uma carta enviada ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, nesta quinta-feira (31), 20 senadores americanos, dos partidos Democrata e Republicano, expressaram suas preocupações em relação às eleições primárias da oposição venezuelana, marcadas para 22 de outubro.
Os parlamentares fizeram um alerta ao Departamento de Estado dos EUA sobre o risco de fraude nessas eleições e instaram o regime de Nicolás Maduro a evitar qualquer interferência no processo eleitoral.
Na carta, os senadores afirmaram que o “povo venezuelano não pode suportar outra eleição fraudulenta, que apenas resultaria em mais sofrimento para a nação e aumentaria a instabilidade nas Américas”. Eles também observaram que, “apesar das eleições presidenciais programadas para 2024, o regime de Maduro já está minando as perspectivas de uma votação confiável”.
Os partidos de oposição na Venezuela estão se mobilizando para realizar eleições primárias em outubro, a fim de escolher democraticamente um candidato que desafiará o chavismo, representado novamente por Maduro, nas eleições do ano que vem, de acordo com os senadores.
A carta, assinada por senadores do Partido Democrata como Dick Durbin, Tim Kaine e Bob Menendez, e por senadores do Partido Republicano como Bill Cassidy, Joni Ernst e Marco Rubio, repudia explicitamente a inabilitação ilegal de María Corina Machado como candidata e faz três exigências principais: a garantia da realização das primárias conforme planejado pela Comissão Nacional de Primárias, sem interferência do regime chavista; a permissão de participação de todos os candidatos, sem seleção arbitrária de opositores pelo regime de Maduro; e a garantia de que o vencedor das primárias possa concorrer nas eleições de 2024, em um processo legítimo e confiável, com a presença de observadores eleitorais internacionais para validar a vontade do povo venezuelano.
Recentemente, o senador republicano Bill Cassidy se reuniu com María Corina Machado e lhe desejou “sucesso em sua corajosa batalha para restaurar a democracia no país”.
As eleições venezuelanas ficaram ainda mais sob suspeita após a nomeação de um novo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), liderado pelo controlador-geral da Venezuela, Elvis Amoroso, responsável pela inelegibilidade de opositores, entre eles, Machado.
Em julho, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, também anunciou que não permitirá a entrada no país de observadores eleitorais europeus para as eleições gerais do próximo ano.
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