Um grupo de senadores democratas e republicanos chegou ontem a um acordo sobre a polêmica reforma migratória nos EUA. Segundo um documento de cinco páginas divulgado à imprensa, oito parlamentares fizeram parte das negociações, que deram origem a uma proposta para garantir a cidadania à parte dos 11,2 milhões de imigrantes ilegais no país e estabelecer medidas mais rigorosas nas fronteiras.
De acordo com um anúncio preliminar, o grupo revelaria detalhes do plano ainda ontem, em uma conferência no Capitólio, sede do congresso dos EUA, que não havia ocorrido até o fechamento desta edição.
Hoje, o presidente Barack Obama também deve revelar sua proposta em Las Vegas, marcando o início das discussões do tema. O presidente pretende usar a viagem para "redobrar os esforços e fazer da reforma de uma imigração abrangente, uma realidade", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
A sugestão dos senadores inclui um maior número de garantias de cidadania aos imigrantes que já estão nos EUA em certos casos perante pagamento de multa. No entanto, ela vai depender de decisões para estreitar a fronteira, mais leis que garantam que estrangeiros deixem o país de acordo com o tempo determinado em seus vistos. Pessoas jovens levadas ao país quando crianças e trabalhadores do setor de agricultura teriam mais facilidade na obtenção da cidadania.
Outra proposta é que imigrantes que obtenham desempenhos notáveis que universidades de ciências, matemática, tecnologia e engenharia ganhem vistos de permanência nos EUA. A nova legislação também visa a impor uma maior fiscalização de empresas para coibir a contratação de imigrantes ilegais.
A imigração
Um tema controverso nos EUA. Nos últimos três anos, estados com forte presença latina, como o Arizona, aprovaram leis repressivas que incentivam a caça aos ilegais. No entanto, nas últimas eleições, 71% dos latinos votaram em Obama, o que demonstrou a importância social da promessa da reforma migratória e chamou a atenção dos republicanos.