Supostos militantes do grupo maoísta Sendero Luminoso invadiram um acampamento da mineradora norte-americana Doe Run no sul Peru, disseram autoridades locais nesta quarta-feira (22). É o terceiro ataque do grupo rebelde neste mês.
Pelo menos 30 guerrilheiros participaram da ação, na madrugada desta segunda-feira, na região cocaleira de Huancavelica, que fica nos Andes. Levaram rádios, comida, remédios e, segundo a imprensa local, dinamite.
Pelo menos 17 pessoas morreram em duas ações do Sendero Luminoso contra o Exército neste mês, quando o Peru se prepara para receber a cúpula da Apec (bloco de países da Ásia e do Pacífico), em novembro.
"Posso confirmar que houve uma incursão, mas não tenho mais detalhes", disse à Reuters o ministro da Defesa, Antero Flores. A Doe Run não quis se manifestar.
O presidente Alan García, cuja popularidade é de apenas 19%, tem enviado soldados para as regiões cocaleiras desde agosto, para tentar destruir o que resta do Sendero Luminoso. As autoridades dizem que o grupo, criado em 1980, atualmente tem apenas 300 integrantes, uma decadência iniciada na década passada, com a prisão de seus principais dirigentes. No seu auge, o Sendero Luminoso costumava roubar muita dinamite de minas peruanas.
O governo diz que os integrantes do grupo em geral abandonaram a ideologia esquerdista e agora se dedicam puramente ao tráfico de cocaína.
Desde o início do atual governo de García, há dois anos, o grupo já matou mais de 30 policiais, soldados e agentes antidrogas. O Peru é o segundo maior produtor mundial de cocaína, atrás da Colômbia.
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