O governo do Senegal disse ter prendido 15 pessoas e frustrado uma tentativa de golpe poucas horas antes de protestos que deveriam começar neste sábado (19), mas líderes da oposição afirmaram que as acusações foram uma maneira de impedir as manifestações.
O ministro de Justiça, Cheikh Tidiane Sy, anunciou na televisão estatal na noite de sexta-feira que os suspeitos teriam como alvo vários locais, incluindo o movimentado mercado de Sandaga. "O promotor público decidiu cortar a tentativa de golpe pela raiz, prendendo os indivíduos identificados como membros da conspiração", afirmou.
Luc Sarr, conselheiro especial da Aliança para República, um membro da coalizão de oposição, disse que as detenções eram inaceitáveis. "Estes 15 estudantes, eles não fizeram nada. O governo queria criar pressão e uma ameaça para que os senegaleses não saíssem e protestassem hoje", afirmou Sarr.
A frustração popular aumentou no Senegal por causa dos cortes diários de energia e do aumento das despesas. Há também crescente descontentamento com a tentativa do octogenário presidente Abdoulaye Wade de se candidatar a um terceiro mandato no próximo ano e com a influência cada vez maior de seu filho, Karim.
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