O líder do Senegal propôs a criação de um novo Estado africano para abrigar haitianos desabrigados pelo terremoto da semana passada, comparando o plano à criação de Israel, em 1948.
Em meio à comoção africana pelo sofrimento de dezenas de milhares de haitianos que ainda esperam por ajuda, o presidente Abdoulaye Wade disse que a descendência de escravos garante aos haitianos o direito de uma nova vida no continente.
"Tudo o que estamos dizendo é que os haitianos não os levaram para lá. Eles estão lá devido à escravidão, cinco séculos de escravidão", disse Wade à Reuters TV nesta segunda-feira.
"Temos que lhes oferecer a chance de vir à África, esta é a minha ideia. Eles têm tanto direito na África quanto eu tenho", afirmou ele sobre a proposta, que se tornou pública no fim de semana e deve ser submetida à União Africana, bloco de 53 países.
Wade se proclama defensor dos pobres no cenário internacional. Críticos afirmam que ele possui uma veia populista e que seus planos nem sempre se concretizam, mas o líder de 83 anos ignora os céticos.
"Israel foi criado da mesma maneira", afirmou. "Você não pode me dizer que não é possível. Tudo é possível se os haitianos se empenharem".
O Senegal deve apresentar a resolução à União Africana pedindo a criação aos haitianos "de seu próprio Estado no território africano, a terra de seus ancestrais", de acordo com o texto da resolução publicado em jornais locais.
Wade disse que o Senegal e outros países africanos devem naturalizar qualquer haitiano que buscar nova nacionalidade, e defendeu um programa de adoção em massa de órfãos em todo o continente após o forte terremoto de terça-feira, que pode ter matado até 200.000 pessoas.
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