Sakineh: Judiciário do Irã nega que processo tenha sido suspenso| Foto: Atta Kenare/AFP

São Paulo - O Irã suspendeu a sentença que determina o enforcamento da iraniana Sakineh Mohammadi Ash­­tiani, pivô de uma mobilização global em razão de outra sentença que determinava o seu apedrejamento, disse uma deputada iraniana em uma carta à presidente brasileira, Dilma Rousseff.

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A sentença que determinava o apedrejamento de Sakineh foi suspensa no ano passado após a reprovação de uma série de governos. A iraniana, no entanto, ainda corria o risco de ser enforcada por cumplicidade no assassinato do marido.

Em carta à presidente brasileira, a deputada Zohre Elahian, presidente da comissão de direitos humanos do Parlamento iraniano, disse que a pena de enforcamento também foi suspensa, de­­vido a apelos dos filhos de Sa­­ki­­neh. "Embora a sentença de apedrejamento não tenha sido finalizada ainda, a sentença de enforcamento foi suspensa devido ao perdão [dos filhos dela]", disse a carta, segundo a agência estudantil de notícias Isna. Sakineh foi con­­denada a dez anos de prisão. Ela foi presa em 2006.

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Sajjad Ghaderzadeh, filho de Sakineh, disse à imprensa estrangeira no começo do mês que ela havia violado a lei islâmica, mas pediu por compaixão e perdão.

Dúvida

Ontem, uma autoridade judicial colocou em dúvida os comentários da deputada Elahian. "Não aconteceu nenhuma mudança nem desenvolvimento no processo do caso de Sakineh Mohammadi Ashtiani e a publicação de qualquer notícia a esse respeito é falsa", disse Malek Ajdar Sharifi, au­­toridade na província onde o caso foi ouvido, segundo a agência de notícias oficial Irna. "Os arquivos dela estão sendo investigados na corte suprema nacional e veredicto final ainda não foi emitido."

Em julho do ano passado, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu asilo à Sakineh no Brasil. O Irã rejeitou a oferta.

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