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Fronteiras instáveis

Separação de Montenegro complica posição da Sérvia

Podgorica – Os partidários da independência de Montenegro venceram a votação de domingo com 55,4% dos votos, anunciou ontem a Comissão do Referendo, após a apuração de 399.535 das 462.937 cédulas eleitorais. O resultado do referendo marcou o fim do que restava da antiga Iugoslávia e foi elogiado por instituições internacionais, mas os defensores da união apresentaram recurso contra os números. O líder do grupo unionista, Predrag Bulatovic, não quis reconhecer a derrota.

Para Belgrado, a independência de Montenegro representa um duro revés, já que chega num momento muito delicado, de difíceis negociações com a maioria albanesa de Kosovo – província sérvia administrada pela Organização das Nações Unidas (ONU) que também reclama sua independência.

O voto separatista superou em menos de um ponto a porcentagem de 55% estabelecida pela União Européia (UE). O referendo transcorreu conforme as "normas internacionais democráticas", garantiu a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (Osce). O Alto Representante da UE para a Política Exterior, Javier Solana, considerou o referendo um "sinal de maturidade".

A UE decidiu, no início de maio, suspender suas negociações de aproximação com Sérvia e Montenegro devido à dificuldade de Belgrado em prender Ratko Mladic, acusado de genocídio pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Ao se tornar independente, Montenegro espera retomar as negociações com os europeus.

O primeiro-ministro montenegrino e separatista Milo Djukanovic reivindicou sua vitória. "Montenegro é um novo Estado independente, um novo membro da ONU."

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