O Parlamento catalão elegeu nesta segunda-feira (14) um novo presidente regional, depois de seis meses de crise política.
O separatista Quim Torra foi escolhido por 66 votos a 65, com 4 abstenções de parlamentares do partido de extrema esquerda CUP. Torra, um editor de 55 anos, é da ala radical dos separatistas e fiel ao ex-presidente catalão Carles Puigdemont.
Torra foi escolhido por Puigdemont para sucedê-lo. O ex-líder, que está foragido em Berlim, é acusado na Espanha de rebelião e mau uso de dinheiro público após liderar a tentativa de independência da região.
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O governo central espanhol deve encerrar sua intervenção na Catalunha depois da posse de Torra e de seu gabinete nesta semana.
Em um primeiro debate sobre a questão no sábado, Torra não conseguiu ser eleito, pois não recebeu o apoio da maioria absoluta (68 votos de 135).
Na ocasião, ele prometeu trabalhar "sem descanso" pela independência e facilitar mais adiante o retorno ao poder de Puigdemont, que chamou de "presidente legítimo".
"Seremos leais ao mandato do referendo de autodeterminação de 1º de outubro: construir um Estado independente em forma de república", disse ele no Parlamento.
Plebiscito
A crise na Catalunha começou com o plebiscito em outubro passado, proibido pela Justiça espanhola e marcado pela violência policial.
Quase dois milhões de catalães, de um total de 5,5 milhões de eleitores, votaram pela independência da região, o que levou o Parlamento catalão a declarar a independência em 27 de outubro.
O governo espanhol do primeiro-ministro Mariano Rajoy respondeu com a dissolução do Parlamento e a destituição de Puigdemont e de seu Executivo, assumindo o controle da autonomia regional.
Torra formará agora um novo governo, requisito para o fim da intervenção de Madri.