"Eu tenho um filho doente, que cometeu um crime terrível", diz mãe do sequestrador
A mãe de Ariel Castro, Lilian Rodriguez, apareceu pela primeira vez na mídia nesta quinta-feira (9). Em breves palavras, ela disse a emissoras americanas que seu filho é doente e pediu perdão às vítimas e seus familiares. O acusado pelos sequestros de três mulheres em Ohio, compareceu nesta quinta-feira a uma corte de Cleveland, em Ohio. O juiz pediu a detenção de Castro para preservar a paz da comunidade e fixou fiança de US$ 8 milhões. Ele foi levado para a cadeia do condado de Cuyahoga.
"Eu sou uma mãe com dor", disse Lilian, em espanhol, após deixar a casa de um dos filhos, Pedro, que inicialmente tinha sido considerado suspeito. "Eu peço desculpas pelo que meu filho fez. Peço perdão a essas mães, e que as meninas me perdoem. Eu tenho um filho doente, que cometeu um crime terrível".
Michelle Knight, uma das três mulheres encontradas após dez anos desaparecida em Ohio, atuou como parteira no nascimento da filha da outra refém Amanda Berry em 2006. A jovem que ajudou sua colega de cativeiro a dar à luz também ficou grávida do acusado pelos sequestros, Ariel Castro, mas sofreu cinco abortos causados pela crueldade do homem, que a deixou sem se alimentar por duas semanas e a espancava na barriga, informou a imprensa americana. O sequestrador foi indiciado na quarta-feira (8) por sequestro e estupro. Nesta quinta-feira (9), a Justiça arbitrou sua fiança em US$ 8 milhões.
Sequestrador tem fiança arbitrada em US$ 8 milhões
Ouça a ligação de sequestrada para a polícia
Os detalhes da condição de vida das reféns foram incluídos em relatório policial com base na declaração das sequestradas, divulgados por uma TV local de Cleveland na quarta-feira. A filha de Amanda, identificada como Jocelyn, de 6 anos, teria nascido em uma piscina inflável dentro de casa, de acordo o conselheiro municipal Brian Cummins em entrevista à emissora ABC.
Ariel Castro teria ameaçado Michelle se Jocelyn não sobrevivesse e a jovem chegou a fazer respiração boca a boca quando a criança parou de respirar. Durante a gravidez, mãe e bebê não foram examinados por profissionais da saúde. Nos dez anos de cativeiro, as sequestradas teriam saído de casa apenas duas vezes disfarçadas.
As autoridades confirmaram que as mulheres eram acorrentadas, passaram fome, sofreram abuso sexual, espancamento e abortos induzidos pelo captor. Na quarta-feira, Amanda e Gina DeJesus deixaram o hospital e ganharam festas ao chegarem em casa. Michelle permanece internada em um hospital local, mas passa bem.
O documento da polícia revela que Amanda conseguiu fugir na segunda-feira graças a um descuido incomum de Castro, que ao sair de casa rumo ao McDonald´s do bairro se esqueceu de trancar uma porta interna da residência.
Castro, que é ex-motorista de ônibus escolar, foi acusado formalmente por sequestrar e estuprar as jovens que manteve em cativeiro durante os últimos dez anos. Seus irmãos, Pedro e Onil, antes suspeitos de envolvimento no caso, não receberam acusações por enquanto.
Ligação
A polícia de Cleveland divulgou a gravação da ligação de Amanda Berry para o serviço de emergência, na última segunda-feira (5). Ela e outras duas mulheres foram libertadas na segunda-feira, depois de serem mantidas em cativeiro por dez anos.
Na ligação, Amanda revela sua identidade e diz que está desaparecida há dez anos. "Alô, polícia, me ajude, eu sou Amanda Berry", diz ela. "Eu fui sequestrada, estou desaparecida há dez anos e estou aqui, estou livre agora". Em seguida ela diz o endereço para o policial e diz o nome do sequestrador. Ouça a ligação no canal da emissora digital Wews-TV no Youtube: