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Momento em que policiais filipinos preparavam a invasão do ônibus em que um sequestrador mantinha turistas de Hong Kong reféns | Erik de Castro/Reuters
Momento em que policiais filipinos preparavam a invasão do ônibus em que um sequestrador mantinha turistas de Hong Kong reféns| Foto: Erik de Castro/Reuters
  • Veja onde aconteceu o sequestro

Manila - Depois de 12 horas de negociações, o sequestro de um ônibus turístico em Manila, capital das Filipinas, terminou em tragédia ontem: nove mortos – oito re­­féns e o sequestrador, um ex-po­­licial exonerado que exigia ser readmitido pela polícia local. To­­dos os turistas mortos eram de Hong Kong e foram assassinados pelo sequestrador, aparentemente morto por policiais que invadiram o ônibus depois de ouvirem disparos de arma de fogo vindos do interior do veículo.

A crise de reféns teve início du­­rante a manhã, pelo horário local (virada de domingo para segunda-feira no Brasil), quando o ex-policial filipino Rolando Men­­doza, de 55 anos, entrou em um ônibus com 25 pessoas a bordo armado com um fuzil M16. Em 2008, ele havia sido expulso da corporação sob acusação de roubo e extorsão.

Após várias horas da crise, policiais filipinos cercaram o ônibus sequestrado. Antes, ha­­viam disparado nos pneus a fim de im­­pedir a movimentação do veículo.

Durante a tarde, o sequestrador libertou nove reféns – duas mulheres, três crianças, um ho­­mem diabético e três filipinos, inclusive um fotógrafo e um guia. O sequestrador manteve 15 re­­féns a bordo.

As negociações ficaram tensas quando a noite caiu. Mendoza exigia uma garantia por escrito de que seria readmitido. Alguns minutos antes da intervenção, o sequestrador afirmou que tinha atirado em dois reféns. "Atirei em dois chineses. Vou acabar com todos se eles [policiais] não pararem", ameaçou.

A polícia alega que decidiu invadir o veículo depois que Men­­doza começou a atirar nos turistas. Debaixo de chuva, foi possível ver agentes quebrando a marretadas uma janela e a porta do ônibus, tudo acompanhado ao vivo por câmeras de tevê de todo o país.

Dos turistas sobreviventes, um está em estado grave, segundo funcionários de hospitais lo­­cais.

Críticas

O chefe do governo de Hong Kong, Donald Tsang, criticou a ação dos policiais. "É lamentável. A forma como foi conduzida [a operação], em especial o resultado, eu acho que é decepcionante. Espero que o governo filipino possa me dar um relato completo do que aconteceu", disse Tsang.

Em Hong Kong, diversas pessoas ficaram chocadas, algumas furiosas, depois da operação, acom­­panhada ao vivo pela televisão por milhares de pessoas.

No Brasil, o incidente fez lembrar o sequestro do ônibus 174, em 2000, que terminou com a morte de uma refém e do sequestrador.

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