A eleição presidencial na Argentina, que acontece neste domingo (25) trará uma mudança no chefe de governo, mas o que se tem certeza é que todos os candidatos focaram suas propostas em uma reforma econômica, foco de críticas ao governo Kirchner, principalmente por parte de investidores. São 6 os candidatos, e apenas um – Daniel Scioli – defende parte da política da atual presidente. Os demais candidatos criticam duramente o posicionamento de Cristina Kirchner.
Após 12 anos, o chamado kirchnerismo – período entre os governos de Néstor e de Cristina – ganhou uma identidade de um governo voltado aos direitos humanos (apoio à movimentos sociais como o das Avós da Praça de Maio) e focos econômicos voltados ao desenvolvimentismo industrial nacional, críticas aos acordos de livre comércio (principalmente à Alca), defesa do Mercosul. Ao mesmo tempo que o kirchnerismo foca na economia argentina, há críticas quanto ao investimento especulativo da economia, historicamente presente no país.
O comércio internacional entre Brasil e Argentina interfere na vida dos cidadãos de ambos os países. Em particular, no Paraná, vive-se uma influência direta na importação de bens e insumos, que caso a economia argentina não esteja bem preparada ou estabilizada, as relações internas de comércio no Brasil podem sofrer influências, como por exemplo no caso do preço do pão, que depende da importação de trigo argentino e que tem o seu preço baseado no dólar (com altas e baixas sob responsabilidade da política econômica brasileira) e das relações bilaterais entre esses países (com possibilidades de embargos e aumento de preços sob responsabilidade argentina).
O novo presidente assume a responsabilidade sob uma nação que transmita confiança de seus cidadãos e apoio dos seus parceiros internacionais. As eleições argentinas deste domingo são interessantes para toda a região. Os desafios para o presidente eleito englobam desde a situação econômica com um cenário de crescente inflação até a questão de segurança com os índices elevados, principalmente na capital. Ainda, a presença no regional, boas relações entre os estados-membros do Mercosul são pontos que deverão ser tratados pelo novo presidente. Um país com grandes personalidades internacionais no campo da política, a Argentina necessita, agora, de uma grande personalidade nacional.