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Policiais indonésios saíram à procura de autores de ação em Jacarta; pelo menos sete pessoas morreram | BAY ISMOYO/AFP
Policiais indonésios saíram à procura de autores de ação em Jacarta; pelo menos sete pessoas morreram| Foto: BAY ISMOYO/AFP

Ao menos sete pessoas, incluindo cinco jihadistas, morreram nesta quinta-feira (14) em explosões e tiroteios no centro de Jacarta, ataques que, segundo a polícia, podem ser obra de um grupo vinculado ao Estado Islâmico.

Veja imagens da operação policial contra os terroristas.

Dois homens-bombas se explodiram em um bairro da capital indonésia que abriga várias agências da ONU e embaixadas. Apesar de a identidade dos agressores ainda não ser conhecida, o presidente Joko Widodo denunciou de imediato o que chamou de “atos terroristas”.

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“Há uma forte suspeita de que os ataques são obra de um grupo na Indonésia vinculado ao EI. Pelo que vimos hoje, trata-se de um grupo que segue o exemplo dos atentados de Paris” (em 13 de novembro), declarou à AFP o porta-voz da polícia, Anton Charliyan.

As forças de segurança anunciaram recentemente ter desbaratado um atentado suicida planejado para o Ano Novo por um grupo com supostos vínculos com o EI.

Nesta quinta morreram, além de cinco terroristas, dois civis, um holandês e um indonésio, segundo o ministro da Segurança, Luhut Panjaitan. A embaixada da Holanda não confirmou essa morte, mas indicou que um de seus cidadãos ficou ferido e foi hospitalizado.

A polícia pediu à população depois dos ataques que permanecesse em casa pelo perigo de haver atiradores à solta, mas mais tarde informou que todos os agressores haviam sido neutralizados e que a situação estava sob controle.

Ataque

Segundo várias testemunhas, o ataque começou no meio da manhã e foram ouvidas seis explosões perto do centro comercial de Sarinah. “Ouvi uma forte explosão, como um terremoto, e nos jogamos todos no chão da rua”, contou Ruli Koestaman, 32 anos.

“Vimos que o [café] Starbucks havia sido destruído. Vi um estrangeiro, um ocidental, com a mão mutilada, mas vivo”, acrescentou.

A rede de cafeterias americana anunciou o fechamento de todos os seus estabelecimentos em Jacarta até novo aviso. “Todo mundo se juntou e um terrorista apareceu e começou a disparar contra nós e o Starbucks”, prosseguiu Koestaman. Segundo ele, o homem também atirou contra um jornalista que cobria os fatos.

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Várias fotos mostram os corpos ensanguentados de duas pessoas -- aparentemente civis -- em uma avenida, perto de um posto da polícia totalmente destruído. “Não foi um atentado suicida. Foi um artefato que foi jogado, uma bomba ou uma granada”, afirmou a Metro TV Charliyan, em alusão à explosão que destruiu o posto da polícia.

Regressos da Síria

A polícia indonésia estava em alerta máximo durante as festas de ano-novo, depois de ter desbaratado um projeto de atentado suicida em Jacarta.

Em dezembro, prendeu cinco pessoas suspeitas de pertencer a uma rede próxima ao EI e outras quatro vinculadas com o grupo extremista Jemaah Islamiyah, autor de vários atentados na Indonésia. As forças de ordem apreenderam na ocasião material para fabricação de explosivos, assim como uma bandeira inspirada na do EI.

Os extremistas islamitas pretendiam atacar delegacias, shoppings, grupos xiitas minoritários e membros da unidade de elite da polícia antiterrorista, segundo as autoridades.

De acordo com a polícia, o EI lançou uma advertência enigmática antes dos ataques desta quinta. “O aviso dizia que haveria um concerto na Indonésia e que isso estaria em todas as notícias internacionais”, informou Charliyan.

A Indonésia, o país muçulmano mais populoso do mundo, foi levado a entrar em sua própria guerra contra o terrorismo depois dos atentados de Bali, em 2002 (202 mortos). Mas o arquipélago não registrou qualquer outro grande atentado desde o que deixou nove mortos em julho de 2009 em vários hotéis de luxo de Jacarta.

“Sabemos que o EI quer proclamar uma província na região”, explicou Kumar Ramakrishna, analista da Escola de Estudos Internacionais S.Rajaratnam, de Cingapura.

Segundo o gabinete de consultoria Soufan Group, entre 500 e 700 indonésios que se alistaram nas fileiras do EI na Síria voltaram ao arquipélago.

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