Kirkuk Uma série de atentados a bomba matou ontem 85 pessoas em Kirkuk, no norte do Iraque, e deixou mais de 180 feridos. No pior ataque, a explosão de um caminhão-bomba abriu uma cratera de nove metros no chão, matando 80 iraquianos.
O banho de sangue em Kirkuk reforça o temor de que, com uma ação mais intensa dos Exércitos dos EUA e do Iraque em Bagdá e região os rebeles estejam agindo no norte do país. A 300 quilômetros ao norte de Bagdá, Kirkuk é rica em petróleo e é habitada por árabes sunitas, xiitas e por curdos, que querem incluir a cidade na região semi-autônoma do Curdistão iraquiano. Os habitantes de Kirkuk irão votar a questão num referendo no final do ano.
A explosão do caminhão ocorreu por volta do meio dia e destruiu parte do telhado da sede da União Patriótica do Curdistão, partido do presidente Jalal Talabani. Mais de 20 carros ficaram carbonizados. O policial Tayeb Taha afirmou que pelo menos dez pessoas morreram dentro de um ônibus que foi tomado pelo fogo.
"Dezenas de casas e lojas ficaram totalmente destruídas", afirmou o general Torhan Abdul Rahman, chefe da polícia de Kirkuk. "A explosão foi tão forte que lançou outros carros contra o meu, junto com estilhaços e muito fogo. Quando consegui sair, vi dezenas de corpos queimados pelo chão", contou Saman Ahmed, de 35 anos.
Vinte minutos após o atentado, um carro-bomba foi detonado a 700 metros dali, num mercado freqüentado por curdos. Horas depois, terroristas explodiram outro veículo dessa vez no sul da cidade matando um policial. Um quarto carro-bomba foi desativado pela polícia.
O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, condenou os atentados e os qualificou de "um ato covarde de terroristas que tinham como alvo pessoas inocentes".