A Sérvia pediu neste sábado que a Organização das Nações Unidas (ONU) rejeite a proposta pela independência de Kosovo que tem apoio das potências ocidentais.
O presidente sérvio, Boris Tadic, fez o apelo em Viena no último encontro após um ano de negociações entre sérvios e albaneses e antes de a proposta elaborada pelo enviado da ONU Martti Ahtisaari chegar ao Conselho de Segurança.
Na cópia do discurso distribuída à imprensa, Tadic diz que espera ``um debate sério'' no Conselho de Segurança da ONU.
``Se a proposta de Ahtisaari for aceita, pode ser a primeira vez na história contemporânea que um território é tirado de um país democrático e pacífico para satisfazer as aspirações de um grupo étnico específico que já tem seu estado-nação'', disse.
``A soberania e a integridade territorial da Sérvia não podem ser comprometidas.''
Ahtisaari quer apresentar o documento final à ONU no final de março, oito anos após os bombardeios da OTAN para tomar o controle de Kosovo da Sérvia e impedir a limpeza étnica de albaneses.
Dez mil albaneses morreram na guerra da Sérvia entre 1998 e 1999 antes da tomada de controle pelas Nações Unidas.
A reunião de sábado foi considerada mais como uma prévia do debate no Conselho de Segurança da ONU -previsto para junho- do que a última chance para um acordo, algo que Ahtisaari havia descartado semanas atrás.
``Vamos finalizar (o plano) após a reunião de hoje e antes de mandá-lo ao Conselho de Segurança'', disse o vice de Ahtisaari, Albert Rohan, a repórteres durante sua chegada ao palácio Hofburg.
A Sérvia espera que sua aliada Rússia use o poder de veto na ONU ou pelo menos adie o processo. A OTAN, que comanda 16.500 soldados em Kosovo, teme que a demora possa provocar apenas violência.
O plano tem o apoio das principais potências ocidentais, que não vêem chance de forçar 2 milhões de albaneses a voltarem ao domínio de Belgrado.
Embora evite a palavra independência, o documento cria as condições para um estado independente, sob supervisão estrangeira, uma missão policial da União Européia e forças de paz da OTAN. Ele oferece auto-governo e proteção para a minoria sérvia.