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Membros do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN), em Caracas, em 2018 | Foto: AFP/JUAN BARRETO
Membros do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN), em Caracas, em 2018 | Foto: AFP/JUAN BARRETO| Foto:

Funcionários do Sebin, o serviço de inteligência do regime chavista, entraram na madrugada desta quinta-feira (21), de forma violenta, nas casas de Roberto Marrero, diretor do escritório do presidente interino e líder da oposição, Juan Guaidó, e do deputado Sergio Vergara, ambos no bairro de Las Mercedes, em Caracas.

Por meio de uma rede social, Marrero disse que "neste momento estão entrando em minha residência. Denuncio diante da comunidade internacional esse novo atropelo do regime ao violar minha imunidade parlamentar." Horas depois, Marrero foi detido e levado da casa. As buscas começaram às 2h.

Vergara, que não foi preso, informou aos jornais locais que antes de ser levado pelo Sebin, Marrero disse a ele que os efetivos plantaram dois fuzis e uma granada em sua casa.

Marrero e Vergara são os dois funcionários da Assembleia Nacional que escoltaram Guaidó em sua chegada a Maiquetía, após voltar de um tour por países da América do Sul, e são vistos nas fotos do aeroporto ao lado dele todo o tempo.

Assim que souberam do que estava ocorrendo, deputados da oposição se encaminharam para ambas as casas para tentar impedir a prisão de ambos.

"Sequestraram Roberto Marrero, meu chefe de despacho. Ele denunciou em voz alta que plantaram com ele dois fuzis e uma granada, segundo disse ao deputado Sergio Vergara, seu vizinho. O procedimento começou às 2h aproximadamente. Desconhecemos seu paradeiro. Deve ser liberado de imediato", tuitou Guaidó.

A ação do Sebin foi criticada também fora do país, pelo ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Carlos Trujillo, e pela vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos do Parlamento Europeu, Beatriz Becerra.

O secretário da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, exigiu uma prova de que Marrero esteja vivo e sua liberação imediata. "O regime deve cessar seus crimes. Não mais abusos contra as liberdades e reféns, a comunidade internacional deve a liberdade para o povo da Venezuela", disse.

Os EUA também condenaram a prisão. "Nós pedimos a sua libertação imediata. Vamos responsabilizar os envolvidos", afirmou o secretário de Estado americano Mike Pompeo. O senador republicano Marco Rubio disse que o caso representa uma escalada da repressão do regime e poderia sinalizar o início de esforços para prender Guaidó.

Contexto

Guaidó é presidente encarregado da Venezuela desde 23 de janeiro e foi reconhecido por mais de 50 países, incluindo o Brasil e os Estados Unidos, por considerar que a eleição presidencial de 2018, vencida por Nicolás Maduro, teve fraudes.

Leia também: Intervenção militar na Venezuela é opção remota. Por que ela continua sendo mencionada?

Guaidó enfrenta dificuldades para combater o regime de Maduro, que segue apoiado pelos militares. Em fevereiro, o líder opositor planejou uma grande ação para receber ajuda humanitária enviada por Estados Unidos e outros países.

No entanto, o governo impediu a entrada de suprimentos ao bloquear as fronteiras com Brasil e Colômbia. Para Maduro, a entrega de mantimentos era uma maneira de camuflar uma possível invasão estrangeira à Venezuela.

Mais informações em breve.

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