O serviço secreto israelense, conhecidos como Shabak e Shin Bet, alertou nesta terça-feira (24) para um rápido crescimento nos últimos meses no número de ataques palestinos contra alvos civis e militares, mas garantem, no entanto, que uma nova Intifada está longe de ocorrer.
As estatísticas do Shabak indicam 82 ataques de diferentes tipos em julho deste ano, que duplicaram para 167 em novembro, informou hoje o jornal "Yedioth Ahronoth".
Em agosto foram registrados 99, em setembro, 133, e em outubro 135, segundo o relatório divulgado após três incidentes ocorridos nos últimos dois dias.
Nesta terça-feira um operário israelense que trabalhava junto à cerca fronteiriça de Gaza ficou ferido gravemente por disparos de um franco-atirador que estava do lado palestino.
"É um incidente muito grave que não toleraremos. Nossa política até agora consiste em atuar de maneira preventiva e responder com contundência, e seguiremos aplicando isso", disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que no momento da ação estava realizando uma visita à cidade Sderot, a um quilômetro do local dos disparos.
Além disso, um policial voluntário foi assassinado na entrada de um assentamento judaico. O agente, que controlava o trânsito em um cruzamento, foi esfaqueado pelas costas e chegou a ser internado em um hospital.
Segundo o Shabak e fontes militares, o agressor fugiu para uma aldeia palestina próxima.
No domingo passado, na cidade de Bat Yam, ao sul de Tel Aviv, outro agente ficou ferido após a explosão de uma bomba em um ônibus, ataque que os serviços secretos responsabilizaram organizações armadas palestinas.
"Não podemos tolerar a atual onda de violência. Responderemos as tentativas de alterar a vida normal em Israel", declarou por sua vez uma alta fonte de segurança ao jornal.
As estatísticas apontam para ataques de caráter nacionalista em Israel e no território palestino ocupado e frisam o assassinato de cinco israelenses nos últimos quatro meses, em comparação com 2012, ano em que não se registrou nenhuma vítima.
Desde julho, quando começaram as negociações de paz após três anos de estagnação, também perderam a vida na Cisjordânia e Israel mais de vinte palestinos.
Pelo menos sete deles morreram em batidas do exército israelense em campos de refugiados e centros urbanos palestinos, e nas quais a população resistiu à detenção de suspeitos.
Apesar do aumento da violência, comandantes militares e dos serviços secretos rejeitam a possibilidade de uma nova intifada palestina, e afirmam que os ataques dos últimos meses respondem a iniciativas individuais encorajadas pelo "ambiente de incitação" da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
"Na maioria dos casos não vemos uma mão que dirija (estas atuações) nem uma base estrutural armada organizada como vimos no passado, mas um terrorista individual encorajado pela incitação", declarou um alto comandante ao jornal.
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