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Atentado em julho

Serviço Secreto admite “negligência” durante comício de Trump

O diretor interino do Serviço Secreto dos EUA, Ronald Rowe Jr., em audiência no Senado americano em 30 de julho (Foto: EFE/EPA/SHAWN THEW)

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O diretor interino do Serviço Secreto dos Estados Unidos, Ronald Rowe Jr., disse nesta sexta-feira (20) que houve “negligência” na segurança do candidato republicano à presidência, Donald Trump, durante um comício em Butler, na Pensilvânia, em 13 de julho, no qual o ex-presidente sofreu um atentado.

“Embora alguns membros da equipe avançada tenham sido muito diligentes, houve negligência por parte de outros que levou a uma violação do protocolo”, disse Rowe, segundo informações da CNN e da agência France-Presse, em uma entrevista coletiva na qual foram abordadas as conclusões de um relatório sobre os procedimentos daquele dia.

O diretor citou erros como “dependência excessiva de dispositivos móveis”, “resultando na compartimentalização da informação”, e problemas na linha de visão, que “foram reconhecidos, mas não mitigados adequadamente”.

“Por volta das 18h10 locais, mediante um telefonema, a sala de segurança do Serviço Secreto liga para o agente de resposta a atiradores de elite, que reporta um indivíduo no teto do prédio da AGR [empresa local]. Essa informação vital não foi transmitida através da rede de rádio do Serviço Secreto”, afirmou Rowe, que disse que os agentes envolvidos “serão responsabilizados”.

“Esta agência tem uma das tabelas de penalidades mais robustas de todo o governo federal e essas penalidades serão administradas de acordo com nosso processo disciplinar”, afirmou Rowe.

Em julho, Trump foi ferido na orelha num ataque a tiros durante o comício na Pensilvânia; um homem que estava na plateia foi morto. O autor dos disparos, Thomas Matthew Crooks, foi morto no local.

No último domingo (15), o Serviço Secreto detectou um homem escondido junto à cerca do campo de golfe de Trump em West Palm Beach, na Flórida, quando o ex-presidente estava no local.

O homem, identificado como Ryan Wesley Routh, estava com um fuzil AK-47 e fugiu após agentes atirarem contra ele. Em seguida, foi preso porque uma pessoa que o viu fugir informou às autoridades a placa do carro dele.

Na segunda-feira, Rowe havia afirmado que a segurança ao redor da residência de Trump em Mar-a-Lago hoje não difere tanto da época em que ele foi presidente (2017-2021), mas nesta sexta explicou que os protocolos de segurança do ex-mandatário seguem sendo reavaliados.

“Analisamos tudo, e não importa se há um incidente crítico que ocorra. Então, estamos analisando e reavaliando”, disse o diretor.

O Serviço Secreto foi muito criticado pelas falhas de segurança durante a primeira tentativa de assassinato contra Trump, que levaram a diretora da agência, Kimberly Cheatle, a pedir demissão do cargo.

Em agosto, a imprensa americana informou que vários membros do Serviço Secreto do escritório de Pittsburgh ou da equipe de segurança de Trump foram transferidos para funções administrativas ou trabalho em casa devido às falhas na operação de proteção do ex-presidente em 13 de julho.

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