Um dia depois do apagão que atingiu 18 estados na Venezuela, o ministro de Energia, Jesse Chacón, defendeu a teoria do presidente Nicolás Maduro de que a falha foi causada por uma "manipulação". De acordo com jornais locais, algumas áreas da capital, Caracas, e de mais sete estados (Aragua, Miranda, Táchira, Sucre, Monagas, Portuguesa, Anzoátegui) registraram falhas no serviço de energia elétrica nesta quarta-feira.
"Desmentimos as teorias de alguns líderes e especialistas da oposição de que a interrupção da distribuição da energia elétrica pode ter sido consequência de uma sobrecarga do sistema", afirmou Chacón. "Uma rede se desprendeu e produziu o corte de energia. Temos sérios indícios de que houve uma ação dirigida para soltar cabos da linha".
Em entrevista ao jornal venezuelano El Nacional, Miguel Lara, ex-diretor do Escritório de Planificação de Sistemas Interconectados, explicou que apagões assim acontecem quando se excedem os níveis de operação do sistema elétrico. Lara classificou a prática como "arriscada" em um sistema que ele considera insuficiente para o abastecimento do país e que pode gerar um efeito dominó.
"Se a transmissão de energia for além do permitido em cada sistema, este entra em condição de risco, porque, caso falhe, arrasta muitas linhas e gera grandes colapsos".
A hipótese de sobrecarga é reforçada por José Aguilar, consultor internacional de sistemas elétricos:
"Eles operam fora dos limites todos os dias, do contrário, teriam que racionar mais. A Venezuela vive à beira de um apagão", contou Aguilar ao El Nacional.
Aguillar informou ainda que, no momento do apagão, eram necessários 1.400 MW, enquanto eram gerados apenas 495 MW.
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