Na semana que passou, questões diplomáticas contribuíram para deteriorar a situação da economia turca. Tarifas impostas pelos Estados Unidos levaram à desvalorização da lira turca em quase 40%, abalando outras economias emergentes, como Brasil.
Apesar da recuperação da moeda nos últimos dias, a escalada das tensões diplomáticas entre Turquia e Estados Unidos não mostra um cenário promissor e desencadeia o temor do início de uma nova crise financeira global.
A Turquia “tem sido um problema há tempos”, disse o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta sexta-feira (17), referindo-se à acusação do governo turco contra o pastor americano Andrew Brunson, em prisão domiciliar, acusado de participação na tentativa de golpe de Estado contra o presidente Recep Tayyip Erdogan, em 2016. Os EUA dizem que o pastor é inocente e o caso se tornou um entrave para a relação bilateral: Trump elevou as tarifas contra o aço e o alumínio da Turquia; e a Turquia retaliou aumentando impostos de produtos americanos.
A redação da Gazeta do Povo selecionou 7 textos que contextualizam as relações entre os dois aliados da Otan que assumiram lados opostos em muitos assuntos diplomáticos, como a guerra da Síria, e que explicam as consequências da crise econômica turca para o Brasil e para o mundo.
1. Os perigosos caminhos da economia turca a levam em direção à crise
Endividamento crescente das empresas, interferência do governo em instituições como o BC, e desvalorização da moeda são ameaças para um dos países que mais crescem no mundo.
2. Um tuíte e um discurso populista colocam a Turquia à beira do abismo
3. Economia da Turquia derrete e serve de alerta ao Brasil
Turquia e Argentina estão entre os emergentes mais frágeis neste momento, mas o Brasil não está blindado contra a virada nos mercados.
É improvável que a nação de 80 milhões de pessoas seja a única vítima da mudança de ventos no mercado financeiro, a qual decorre de alterações na política do Federal Reserve e de outros bancos centrais.
5. A crise da Turquia é um alerta para o Brasil colocar as contas públicas em ordem
Hoje países emergentes, ou vários deles, estão vulneráveis ao movimento de alta na taxa de juros que está acontecendo nos Estados Unidos. O Brasil, por dois lados, resolveu sua vulnerabilidade: contas externas não são um problema, nem a inflação, que está na meta. Só que o país continua tendo um enorme tendão de Aquiles: as contas públicas.
A crise turca adicionou mais um elemento de tensão ao ambiente macroeconômico e seus efeitos deverão ser monitorados de perto pela equipe de Ilan Goldfajn no Banco Central. Na incerteza constante em que vivemos, você, investidor, precisa se lembrar de ter sempre uma parte do dinheiro em ativos mais seguros.
7. O que acontece na Turquia e como isso pode te afetar
Análises puramente econômicas não seriam suficientes para entender como a crise da Turquia chegou a esse ponto adverso que pode contagiar outras economias. Elementos políticos regionais e internacionais possuem papel central.