Os setores de energia e metalurgia do Japão estavam enfrentando falta de eletricidade e incêndios iniciados pelo devastador terremoto de sexta-feira, mas alguns portos e alto fornos fechados de forma preventiva estavam voltando a operar.
O Japão, terceiro maior consumidor de commodities do mundo, está trabalhando para evitar uma catástrofe nuclear em sua pior crise desde a Segunda Guerra Mundial. O tremor de sexta-feira pode ter matado mais de 10 mil pessoas.
Portos na costa nordeste, Hachinohe, Sendai, Ishinomaki e Onahama, foram tão danificados que devem levar meses para voltarem a operar. Mas falta de energia e incêndios resultantes do tremor representam um risco imediato.
A grande refinaria JX Nippon Oil and Energy espera que o fogo que atingiu a unidade com capacidade para processar 145 mil barris de petróleo por dia termine nesta segunda-feira. A empresa tem sido impedida de combater as chamas em Sendai por causa dos alertas de tsunami e retirada dos funcionários.
Outro incêndio, na refinaria de Chiba, com capacidade para 220 mil barris diários, ainda não foi apagado. A empresa é controlada pela japonesa Cosmo Oil.
Importantes siderúrgicas do Japão interromperam produção em algumas usinas por causa dos cortes de energia impostos após a devastação causada pelo terremoto. Apesar disso, alguns analistas estimam que excesso de capacidade em outras regiões deve limitar o impacto sobre os preços do aço.
A JFE Steel, quinta maior siderúrgica do mundo, interrompeu produção nesta segunda-feira em uma usina próxima de Tóquio e a Nippon Steel, quarta maior do globo, suspendeu operações em duas usinas pequenas.
Enquanto isso, a Sumitomo Metal Industries, terceira maior siderúrgica do Japão, informou que a produção em sua principal usina, em Kashima, continua suspensa.
O Japão precisa agir rapidamente para importar mais gás natural liquefeito (GNL) e combustíveis com baixa concentração de enxofre para geração de energia em usinas térmicas, substituindo as usinas atômicas afetadas pelo tremor.
Os tremores causaram a perda de 9.700 megawatts de energia nuclear, cerca de um quinto da capacidade, e de 10.831 megawatts de energia térmica.
Os preços de aço na Ásia devem subir depois do terremoto e do tsunami que atingiram as siderúrgicas japonesas, prejudicando as exportações do segundo maior produtor de aço do mundo, avaliam analistas.
A JFE informou que os embarques da usina de Higashi Nihon, perto de Tóquio, que tem capacidade para 10 milhões de toneladas por ano, foram praticamente interrompidos por falta de energia. A JFE, que tem capacidade de produção de cerca de 32 milhões de toneladas, retomou produção no domingo em dois alto fornos em Higashi Nihon, uma de suas duas principais usinas.
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