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Os exércitos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos realizaram nesta quinta-feira (4) manobras com fogo real perto da fronteira com a Coreia do Norte, informou o Estado-Maior Conjunto sul-coreano (JCS), em uma nova ação em meio à escalada militar na península coreana.
As manobras envolvem unidades de infantaria e estão sendo realizadas desde 29 de dezembro na cidade de Pocheon, 45 quilômetros a nordeste de Seul. O exercício, que vai até esta sexta-feira (5), tem o objetivo de aprimorar as capacidades de interoperabilidade dos aliados, de acordo com a declaração do JCS.
A atividade envolve 110 sistemas de armas diferentes da Coreia do Sul e dos EUA, incluindo tanques K1A2, veículos blindados como o K-600, caças A-10 e sistemas de artilharia.
Mais cedo, a imprensa norte-coreana criticou duramente os exercícios, descrevendo as manobras em Pocheon como "autodestrutivas", bem como uma atividade com fogo real realizada pela Marinha sul-coreana na quarta-feira (3).
O porta-voz do JCS, Lee Sung-jun, disse em entrevista coletiva que as forças armadas da Coreia do Norte vêm realizando seus tradicionais exercícios de inverno desde antes do final do ano. Esses exercícios de Pyongyang costumam durar até a primavera e geralmente envolvem testes de artilharia.
Coincidindo com o final do ano, o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, afirmou que não há mais possibilidade de reconciliação ou reunificação com a Coreia do Sul e que seu regime continuará a fortalecer seu programa atômico e de mísseis, enquanto o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, enfatizou em seu discurso de Ano Novo que Seul e Washington modernizarão neste ano sua estratégia de dissuasão, que agora inclui a opção nuclear.
Após o fracasso das negociações de desnuclearização com Washington em 2019, Pyongyang aprovou um plano de modernização de armas - que inclui a implantação de satélites militares e envolveu inúmeros testes de mísseis - além de se recusar a reiniciar o diálogo e buscar laços mais estreitos com Pequim e Moscou.
Enquanto isso, Seul e Washington reforçaram a cooperação militar com Tóquio e fortaleceram seu mecanismo de dissuasão, multiplicando suas manobras conjuntas e implantando cada vez mais ativos estratégicos dos EUA na península.