Milhares de agentes de segurança e soldados patrulharam cidades na Caxemira indiana nesta quarta-feira (17), para proteger os eleitores no sufrágio estadual. Já os separatistas islâmicos fizeram um apelo aos moradores a que boicotem as eleições e pediram uma greve geral. As eleições, que começaram em 17 de novembro, estão sendo feitas em sete fases, até 24 de dezembro. A etapa desta quarta-feira foi a sexta.
Os separatistas pediram à população do Estado de Jamu-Caxemira, o único na Índia onde a maioria dos residentes é de religião islâmica, que boicote as eleições, as quais afirmam servirem apenas para reforçar as reivindicações da Índia sobre a região do Himalaia. Uma parte do comércio foi fechado em Srinagar, maior cidade do Estado, seguindo os apelos dos líderes separatistas.
Vários líderes separatistas foram detidos nos últimos meses, sob uma lei que permite à polícia manter pessoas presas por mais de dois anos sem julgamento. O sentimento contrário à Índia é profundo na Caxemira, onde muitas pessoas são tanto favoráveis à independência quanto à anexação ao Paquistão. A Caxemira é dividida entre a Índia e o Paquistão e é uma região reivindicada por ambos os países.
Cerca de 1,2 milhão dos 6,5 milhões de eleitores no Estado vivem em regiões onde as eleições ocorreram nesta quarta. Cerca de 60% deles compareceram para votar, disse Masud Samoon, um funcionário da Justiça Eleitoral. "A votação foi pacífica e sem incidentes", disse.
As eleições ocorrem após um dos maiores protestos contra o domínio indiano na Caxemira, que aconteceram no verão (boreal) passado. Pelo menos 48 pessoas foram mortas, a maioria manifestantes islâmicos abatidos a tiros por soldados indianos. Desde 1989 os islâmicos lutam contra o governo da Índia na Caxemira. As lutas deixaram 68 mil pessoas mortas, em sua maioria civis.