JERUSALÉM - Os membros do Comitê Central do Partido Likud decidiram nesta segunda-feira, por uma estreita margem de votos, não convocar eleições primárias antecipadas, em uma crucial decisão para o futuro político do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon.
O placar da votação foi muito apertado. Segundo os resultados finais, Sharon obteve apenas 104 votos a mais que seu rival Benjamin Netanyahu, que lidera os opositores do premier com inteção de retirar-lhe do poder Executivo.
Foi Netanyahu quem apresentou a moção para antecipar de abril de 2006 para novembro próximo a escolha do novo líder do partido. Seu objetivo era tirar Sharon da liderança do Likud como castigo pela saída israelense da Faixa de Gaza.
Inicialmente, a Rádio Israel havia informado que 51% dos membros do Comitê Central do Likud votaram contra a moção de Netanyahu, enquanto 49% votaram a favor da iniciativa, de acordo com uma pesquisa de boca-de-urna.
A antecipação da votação seria um protesto pelo fato de Sharon ter retirado os soldados e os colonos israelenses da Faixa de Gaza, após 38 anos de ocupação de terras palestinas.
A força do premier junto à linha-dura do partido pode ter aumentado depois que Israel matou um líder da Jihad Islâmica na Faixa de Gaza, no domingo. O ataque foi em retaliação a foguetes disparados pelos palestinos contra o Estado judeu. O ataque aéreo aconteceu no momento em que o Comitê Central se reunia.
Os partidários de Sharon deram vivas, brindando com champanhe quando autoridades do Likud anunciaram o resultado final da votação. O premierisraelense venceu por uma margem de 51,3% contra 47,6%.
A vitória de Sharon diminui as chances de ele abandonar o partido, de cuja fundação, nos anos 1970, ele participou, para formar um bloco governista de centro aproveitando-se do apoio popular recebido após a retirada israelense. Já a derrota na votação significa um duro golpe para Netanyahu, que saiu do gabinete de governo liderado por Sharon em agosto a fim de contestar a liderança dele.
Mas Sharon terá de derrotar Netanyahu nas primárias do partido, em abril, antes das eleições gerais, que devem ser realizadas até novembro de 2006.
Ariel Sharon pediu que o Comitê Central, um bastião da política pró-assentamentos formado por 3.000 membros, não antecipasse as primárias do partido. Durante o processo, o premier de 77 anos tentou agradar os direitistas do Likud prometendo que Israel nunca abrirá mão dos grandes assentamentos que possui na Cisjordânia, lar de 245 mil judeus e 2,4 milhões de palestinos.
O ex-premier Netanyahu foi contrário à retirada, o primeiro desmantelamento de assentamentos judaicos de terras onde os palestinos querem criar seu Estado independente. Ele disse que a medida unilateral israelense seria um incentivo para os radicais palestinos, que veriam a saída de Israel como uma vitória.
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