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Jerusalém (AFP) – O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, ganhou uma aposta ao desocupar as colônias da Faixa de Gaza e as quatro da Cisjordânia mais rápido do que o previsto, mas ainda terá pela frente desafios mais difíceis. O homem que durante décadas foi o arquiteto da colonização está agora em uma posição difícil dentro de seu próprio partido, o Likud (direita), enquanto a retirada total de Gaza não oferece necessariamente aos israelenses uma perspectiva de acordo de paz.

"A curto prazo, as imagens de colonos com lágrimas nos olhos, expulsos de suas casas pelas forças militares, podem prejudicar a imagem de Sharon, sobretudo em seu próprio campo", afirmou o cientista político israelense Yossi Alper. "Mas os israelenses aprenderam que a remoção de colônias não precisa ser tão traumática. Isso poderia servir de precedente, embora uma retirada da Cisjordânia seja muito mais difícil de imaginar do que em Gaza", acrescentou.

Apesar desta vitória obtida esta seman, o futuro de Sharoncontinua incerto. Provocado por seu principal rival, o ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, ele terá de oferecer garantias a seu próprio partido. Neste contexto, os analistas israelenses são unânimes em descartar a possibilidade de uma nova retirada, pelo menos até as próximas eleições legislativas, previstas para 2006.

Para o primeiro-ministro israelense, agora cabe aos palestinos tomar a iniciativa. Estes, contudo, vêem a retirada de Gaza unicamente como um primeiro passo. O abismo entre ambas as partes continua intacto.

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