Jerusalém (Folhapress) Embora venha afirmando que sua prioridade como provável chefe do próximo gabinete israelense será negociar uma paz definitiva com os palestinos, o primeiro-ministro Ariel Sharon disse ontem que não abrirá mão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia. As duas intenções são em princípio contraditórias, já que os assentamentos inviabilizam a formação de um Estado palestino com continuidade territorial.
De qualquer modo, dizem analistas, Sharon já está em campanha para as legislativas antecipadas de 28 de março, e seu discurso é endereçado aos eleitores. Numa mesa de negociações suas posições seriam mais flexíveis.
Sharon qualificou os assentamentos da Cisjordânia de "vitais para a segurança de Israel. Mas a prova de que a questão não está fechada foi dada por um dos mais próximos aliados do premier, o ministro da Justiça, Tzipi Livni, que disse que a fronteira entre entre Israel e o futuro Estado palestino provavelmente passará pelo muro de separação construída entre os dois territórios.
O muro, embora incorpore terras que até 1967 pertenciam aos palestinos (é o caso sobretudo de Jerusalém oriental), protege apenas os assentamentos próximos da linha internacionalmente reconhecida como fronteira. Fora do muro há dezenas de outros assentamentos. Todos eles tinham, em setembro, 242,7 mil colonos judeus, segundo dados de ontem do departamento demográfico do governo. Ainda não há cálculos feitos depois da retirada de quatro assentamentos da Cisjordânia e de todos as colônias de Gaza, concluída em setembro. A retirada custou a Sharon a indisposição com o partido Likud e o impeliu a fundar uma nova agremiação, batizada de Kadima (Adiante).
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