Jerusalém (AE/AP) O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, foi submetido ontem a uma traqueostomia no Hospital Hadassah de Jerusalém, onde está internado desde o dia 4 após sofrer um derrame cerebral. Na operação, os médicos abriram um canal para que o ar possa chegar diretamente à traquéia de Sharon, facilitando sua respiração sem a ajuda de aparelhos.
Ainda segundo o hospital, o líder israelense, de 77 anos, foi submetido pouco antes a uma nova tomografia computadorizada. O exame mostrou que não houve nenhuma mudança com relação à tomografia anterior e seu quadro prosseguia grave, mas estabilizado. O hospital deu a entender que não houve grande melhora em seu estado além de ligeiros movimentos de pés e mãos ante estímulos de dor.
Os médicos esperavam que Sharon reagisse no fim de semana, com a suspensão de todos os sedativos que o mantiveram em coma induzido desde o derrame do dia 4. Ele passou por quatro cirurgias no cérebro e continua inconsciente.
Para submetê-lo à traqueostomia, os médicos o colocaram novamente sob anestesia geral e abriram um pequeno orifício no pescoço pelo qual foi insertado um tubo pela traquéia.
O estado comatoso de Sharon e a traqueostomia são um mau sinal, disse o doutor Philip Stieg, diretor de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina Weill-Cornell, em Nova Iorque. "Sugerem que a lesão cerebral é tão grave como pensamos. Ele não está melhorando... Algo deverá ser feito para mantê-lo com vida", acrescentou.