TEL AVIV - O premier israelense, Ariel Sharon, com a popularidade em alta depois de ter formado um novo partido para as eleições de março, prometeu nesta quinta-feira buscar a paz com os palestinos, mas se manteve firme na disposição de manter a posse de vários assentamentos da Cisjordânia.
Sharon disse que sua saída do partido de direita Likud, na semana passada, para criar um movimento de centro significa que ele não mais "perderá tempo" lutando contra aqueles que se opõem à sua estratégia para pôr fim ao conflito no Oriente Médio.
Mas o premier, que se reuniu com editores de veículos da imprensa, não esclareceu como pretende avançar no processo de paz. Ele reafirmou que a Autoridade Nacional Palestina precisa conter os grupos extremistas para que qualquer negociação possa recomeçar.
Sharon voltou a afirmar, o que deve irritar os palestinos, que Israel nunca abrirá mão dos grandes blocos de assentamentos na Cisjordânia ocupada. Também disse que Israel manterá o controle do vale do Jordão, onde possui uma série de enclaves menores, em um possível acordo de paz.
O primeiro-ministro descartou novas retiradas unilaterais de terras ocupadas, como ocorreu em Gaza em setembro:
- Definitivamente pretendo fazer de tudo para promover o processo de paz, começando com um acordo político. Estarei preparado para fazer concessões dolorosas. Mas em questões de segurança não haverá concessões.
Depois de ter redesenhado o mapa político de Israel, Sharon parece estar criando as bases para sua campanha visando às eleições gerais de 28 de março, que seu novo partido, o Kadima, deve ganhar, segundo as pesquisas.
As últimas sondagens mostram que o Kadima arrasaria o Likud, e que o Partido Trabalhista ficaria em segundo lugar, armando o cenário para uma nova coalizão liderada por Sharon.
Sharon recebeu na quarta-feira o importante apoio de Shimon Peres, ex-premier israelense que acaba de deixar o Partido Trabalhista após perder o cargo de líder da agremiação.
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