Shimon Peres confirmou na quarta-feira que pedirá em junho ao Parlamento para ser eleito presidente do Estado de Israel, assumindo um cargo em grande parte cerimonial, mas que teve a imagem abalada com a investigação do atual ocupante por suspeita de estupro.

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"Decidi responder aos apelos para ser candidato à Presidência", disse o ex-primeiro-ministro a outros parlamentares do seu partido, o centrista Kadima, um dia depois de o líder partidário, o primeiro-ministro Ehud Olmert, oferecer apoio ao veterano estadista.

Os 120 deputados de Israel vão eleger no dia 13, em turno único, o presidente entre três candidatos. O aval do Kadima, que tem a maior bancada (29 deputados), torna Peres o favorito a suceder Moshe Katsav. Mas o voto é secreto, e analistas acham o resultado imprevisível.

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"Ocupei praticamente todas as principais posições no país", disse Peres, atualmente vice-premiê. "Conheci os fracassos, mas também tive sucessos, e espero ter contribuído para a construção da nação", acrescentou Peres, 83 anos, vencedor do Nobel da Paz.

Os outros candidatos são Reuven Rivlin, do partido Likud (direita), e Colette Avital, do Partido Trabalhista (esquerda), que participa da coalizão de Olmert e foi de onde Peres saiu em 2005 para ajudar a fundar o Kadima.

Caso se torne presidente, Peres na prática deixaria a disputa para suceder Olmert se o primeiro-ministro tiver de renunciar devido às críticas em um inquérito oficial sobre os erros na condução da guerra do ano passado no Líbano.

"Sr. Peres, lhe prometo que vamos trabalhar constante e incansavelmente para garantir que o Knesset [Parlamento] esteja à altura do desafio e dê uma real expressão àquilo que o povo de Israel merece para ganhar esta votação presidencial", disse Olmert na reunião.

As pesquisas mostram que os israelenses gostariam de ver Peres como presidente. Em 2000, ele perdeu a votação para Katsav, do Likud.

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Mas Katsav está há meses afastado devido a acusações de que teria estuprado uma funcionária e assediou sexualmente três outras. Ele nega todos os crimes, e tem imunidade até o fim do mandato.

Peres, nascido na Polônia, foi primeiro-ministro de 1984 a 86 e novamente em 1995, depois do assassinato de Yitzhak Rabin. Mentor dos acordos provisórios de paz com os palestinos na década de 1990, ele luta para afastar a reputação de não conseguir transformar décadas de ocupação de cargos públicos em conquistar duradouras.

"O presidente não tem muita autoridade", disse ele na quarta-feira. "Mas ele tem a autoridade para fazer boas coisas."

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