Jerusalém (EFE) – O veterano dirigente israelense Shimon Peres anunciou ontem que sairá do Partido Trabalhista para apoiar a candidatura de Ariel Sharon a primeiro-ministro nas eleições gerais de 28 de março do próximo ano. Assim, Peres engrossa as fileiras do Kadima (Adiante), partido recém-fundado pelo premier Sharon. Em entrevista coletiva em seu escritório de Tel-Aviv, Peres diz que não resta a menor dúvida de que a paz é a principal causa israelense e afirmou que "na constelação (política) atual, só uma coalizão pode consegui-la, por isso, colaborarei com Ariel Sharon". Peres, de 82 anos, militava em formações trabalhistas há 46 anos, e ocupou a maioria dos cargos da administração pública israelense, com a exceção da Presidência.

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Pessoas ligadas ao estadista israelense se limitaram a dizer que "a tendência" de Peres era mesmo unir-se com Sharon, que lhe prometeu ser "embaixador da paz" em seu governo se vencer nas eleições de março o novo líder trabalhista, Amir Peretz.

O singular político israelense, que perdeu inumeráveis eleições nacionais e internas em seu partido em seu quase meio século de vida pública, a ponto de ser chamado "o eterno perdedor", se transformou no homem mais cobiçado por Sharon e Peretz, os seguros protagonistas das próximas eleições parlamentares. "O marco político é insignificante no que me diz respeito", disse Peres.

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Os graves problemas sócio-econômicos do país, e a paz com os palestinos, que exigirá a retirada da Cisjordânia, onde há mais de 150 assentamentos e dezenas de enclaves ilegais levantados pelos colonos ultranacionalistas, inimigos de Sharon e de Peres, serão os assuntos principais na campanha eleitoral.

Peres disse que durante suas conversas com Sharon, ficou combinado acrescentar ao plano de paz para o Oriente Médio um triângulo econômico formado por Israel, Jordânia e palestinos e fazer com que este triângulo obtenha um estatuto particular nas relações com a União Européia.