Líder exilado pode voltar à Cisjordânia
O governo israelense disse que vai permitir que o líder palestino exilado Nawef Hawatmeh viaje até a Cisjordânia, numa decisão que é vista como mais uma medida de apoio ao presidente Mahmoud Abbas.
Ativistas aceitam depor suas armas
Ramallah O presidente palestino Mahmud Abbas convenceu Israel a retirar de sua lista de pessoas procuradas 189 ativistas dispostos a depor suas armas, para reforçar sua autoridade diante dos islamitas do Hamas, que assumiram o controle da Faixa de Gaza.
Jerusalém O ex-primeiro-ministro israelense Shimon Peres tomou posse ontem como nono presidente de Israel. Eleito no mês passado, ele vai ocupar o cargo durante os próximos sete anos.
Peres toma posse pouco depois de um escândalo que tirou do cargo seu antecessor, Moshe Katsav, ex-presidente que renunciou no final de junho depois de acusações de abuso sexual e abuso de autoridade. Katsav foi então substituído interinamente pela líder do Parlamento, Dalia Itzik.
Nascido na Polônia, Shimon Peres já ocupou quase todas as posições do primeiro escalão do gabinete israelense. Em 1994, recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho no acordo de paz de Oslo.
Peres prestou juramento por volta das 18h30 de ontem (12h30 de Brasília). A cerimônia ocorreu no Knesset, o parlamento israelense, diante de líderes militares e deputados. Entre os atos, o novo presidente depositou uma coroa de flores no monumento aos soldados israelenses mortos em combate, situado na entrada do Parlamento, em Jerusalém Ocidental.
Em seu discurso de posse, disse: "Eu não sou mais o mensageiro de um partido, mas sim um representante da nação, de todos os cidadãos do Estado... (que) precisam fortalecer o processo de paz. Dentro desta casa. Com nossos vizinhos. Em toda região."
Ele também disse que os cidadãos de Israel não devem discriminar quem não é judeu.
"Se eles não gozarem de completa igualdade, nós não estaremos em paz conosco e com nossos companheiros. Israel... deve ser uma casa boa e acolhedora para judeus que não são israelenses, assim como para israelenses que não são judeus."
Antes da cerimônia, o primeiro-ministro Ehud Olmert disse que Peres "é uma das figuras mais importantes de Israel dos últimos 60 anos".
Como presidente, Peres terá a tarefa crucial de conceder perdão ou comutar sentenças de detidos em prisões israelenses. Entre os presos há dezenas de palestinos, os quais Israel anunciou que soltaria como forma de fortalecer o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.
Eleição
Peres foi eleito em segundo turno após conquistar 86 votos, depois que seus dois rivais na disputa anunciaram apoio a sua candidatura.
No primeiro turno, Peres obteve 58 votos um mínimo de 61 eram necessários para que ele conquistasse a Presidência.
Minutos após o início da votação, a candidata do Partido Trabalhista, Collette Avital, que obteve 31 votos no primeiro turno, anunciou que decidira retirar a candidatura e apoiar Peres. Em seguida, o candidato do Likud, Reuven Rivlin, que obteve 21 votos, fez o mesmo.
Entre os desafios que Peres enfrentou para chegar à Presidência está a derrota para o Partido Trabalhista nas eleições do ano passado. Ele deixou o partido em 2005, após a derrota para Amir Peretz na disputa pelo cargo de presidente do partido.
Deixe sua opinião