TEL AVIV - Numa eleição interna surpreendente, o trabalhista histórico Shimon Peres perdeu a liderança de seu partido para um líder sindicalista que prometeu acabar com a aliança com o primeiro-ministro Ariel Sharon, do partido conservador Likud. A reviravolta trabalhista pode forçar a antecipação das eleições.
Amir Peretz, de 53 anos, pouco conhecido no cenário internacional, foi declarado vencedor da eleição, com 42%, contra 40% do vice-primeiro-ministro Peres.
A vitória de Amir Peretz parece refletir o apoio a seu plano de levar o partido de volta às suas raízes socialistas e também expressa decepção com Shimon Peres, que não conseguiu revigorar a legenda, que anteriormente dominava a política de Israel.
- Esperava uma noite melhor - disse um entristecido Peres durante uma entrevista coletiva.
As pesquisas previam que ele ganharia, por uma margem apertada.
Em meio a gritos de "o próximo primeiro-ministro", Peretz, chefe do sindicato Histadrut, afirmou que "esta pode verdadeiramente ser a hora mais importante de Israel".
Ele comprometeu-se a retirar o partido da coalizão de Sharon devido a reformas econômicas e cortes de gastos que, na sua opinião, pioraram o sofrimento dos pobres do país.
O governo do primeiro-ministro Ariel Sharon tem contado com o apoio dos trabalhistas para sobreviver a votações no Parlamento.
Peretz disse que vai telefonar para Sharon na sexta-feira, para marcar um encontro. A Rádio do Exército afirmou que ele pressionaria o premier a marcar uma data para eleições antecipadas.
- Vamos notificar o primeiro-ministro de que queremos sair. Queremos sair para transformar o Partido Trabalhista numa alternativa que pretende assumir o poder nas próximas eleições - disse Peretz a simpatizantes.
Shimon Peres, amigo de longa data de Sharon, apesar das diferenças políticas, havia deixado claro que pretendia manter o governo intacto pelo maior período possível. Ele levou os trabalhistas ao governo Sharon no ano passado, para ajudar na realização da retirada de Gaza.
Shimon Peres foi duas vezes primeiro-ministro - em 1980 e em 1995, como sucessor de Yitzhak Rabin, assassinado - e tentou cinco vezes ganhar uma eleição geral.
Sua mais recente derrota pode marcar o fim de uma carreira política de seis décadas. Peres questionou os resultados do pleito no Partido Trabalhista, alegando irregularidades, mas autoridades da legenda refutaram a acusação.
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