Cerca de 98% dos eleitores votaram a favor da nova Constituição egípcia no referendo realizado terça-feira (15) e quarta-feira (16), segundo os primeiros resultados não oficiais divulgados hoje pelo jornal estatal "Al-Ahram".
Devido ao boicote da Irmandade Muçulmana e grupos afins e à tímida campanha pelo "não", esperava-se uma arrasadora vitória do "sim", como constatou a Agência Efe em várias zonas eleitorais do Cairo durante a consulta.
A Comissão Eleitoral deu um prazo de 72 horas a partir do fim do referendo, encerrado ontem, para publicar os primeiros resultados oficiais. A imprensa, no entanto, começou a antecipar algumas projeções.
O "Al-Ahram" informou em sua edição digital em inglês que 98% dos eleitores aprovaram a Carta Magna, embora ainda não tenham sido divulgados dados das províncias do Cairo e Norte do Sinai.
Segundo a publicação, 17.453.815 milhões de egípcios participaram do processo, participação de pouco mais de 33%, incluídos os eleitores no exterior, dos quais pouco menos de 10% foram às urnas.
Conseguir uma participação aceitável, que supere pelo menos 33% do anterior referendo constitucional sobre a Carta Magna redigida pelos islamitas em 2012, transformou-se em uma obsessão para as autoridades.
Ontem, o governo egípcio afirmou que a votação teve uma alta participação. O primeiro-ministro, Hazem el Beblaui, assegurou que em algumas províncias só na primeira jornada de votação tinha-se superado o total do referendo de 2012.
Outras autoridades disseram que a participação superaria às anteriores e inclusive elevaram os dados para 50%.
O "Al-Ahram" indicou que na província do Sul do Sinai 91% da população com direito a voto opinou na consulta, seguido de Al Menufiya, no delta do Nilo, com 55% de participação.
Em último, ficaria Matruh, onde apenas 20% foram às urnas. Os dados divulgados pela agência estatal "Mena" de sete províncias coincidem com os divulgados pelo "Al-Ahram", embora ainda não tenha publicado dados da participação global.
A nova Constituição substitui a aprovada em 2012 por uma maioria islamita, e que foi suspensa pelos militares após o golpe de Estado contra o presidente Mohammed Mursi em julho do ano passado.
O texto rebaixa o tom islamita da anterior Carta Magna e reforça o papel das Forças Armadas, que poderão designar o ministro da Defesa durante os próximos oito anos.
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