A agência de notícias oficial da Turquia, Anadolu, noticia a vitória do “sim” no referendo promovido no país sobre a expansão de poderes presidenciais. De acordo com a agência, com 99,27% das urnas apuradas dentro do país, o “sim” recebeu 51,35% de votos contra 48,65% do “não”.
Os turcos foram às urnas neste domingo (16) para um referendo histórico sobre a aprovação de reformas constitucionais que expandem significativamente os poderes do presidente Recep Tayyip Erdogan. Mais cedo, uma pesquisa de boca de urna já apontava a vitória favorável ao chefe do Executivo do país.
Confirmada a vitória, as 18 mudanças constitucionais vão substituir o sistema parlamentarista turco de governo por um presidencialista, abolindo o papel de primeiro-ministro.
O primeiro-ministro e o próprio presidente Erdogan anunciaram a vitória antes mesmo da divulgação dos resultados oficiais. Dirigindo-se a milhares de adeptos de bandeira que acenam na noite de domingo, o primeiro-ministro Binali Yildirim disse que o resultado final “não oficial” é “sim” para o referendo constitucional.
O principal partido de oposição da Turquia diz que vai contestar 37% das urnas contadas no referendo. O vice-presidente do Partido Popular da República (CHP), Erdal Aksunger, previu que o número poderia até aumentar para 60%. “Desde esta manhã, detectamos cerca de 2,5 milhões de votos problemáticos”.
O partido de oposição pró-curdo do país, que também se opôs às mudanças constitucionais, disse que planeja contestar dois terços das cédulas. O Partido Popular Democrático se pronunciou por meio de redes sociais. “Nossos dados indicam uma manipulação na faixa de 3% a 4%.”
A vitória do governo no referendo representa um fortalecimento das políticas do presidente, embora seja preciso algum tempo até que todo o impacto da mudança constitucional seja sentido. Algumas medidas não teriam efeito até as eleições de 2019.
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