Os deputados equatorianos foram retirados na terça-feira do Congresso por causa da invasão de dezenas de seguidores do presidente Rafael Correa que exigem a aprovação de um referendo para instaurar uma Assembléia Constituinte.

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Armados com paus e pedras, os manifestantes conseguiram superar a reduzida vigilância policial do Congresso e invadiram o local, obrigando à saída de parlamentares e funcionários.

O deputado Federico Pérez, líder da oposição ao recém-empossado presidente, disse que ``houve um tumulto incrível promovido pelo governo''.

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A Cruz Vermelha disse que dois policiais e uma fotógrafa ficaram feridos durante os confrontos entre manifestantes e as forças públicas nos arredores do Congresso.

O nacionalista Correa sofreu nesta semana sua primeira derrota política, quando a Corte Eleitoral rejeitou seu pedido para realizar uma consulta popular para resolver a instalação de uma Assembléia Constituinte, deixando o caso nas mãos do Congresso, onde Correa tem escasso apoio.

Os manifestantes querem que o Congresso autorize o referendo em 18 de março, abrindo caminho para uma Constituinte que, segundo Correa, reduziria a influência dos desgastados partidos tradicionais sobre as instituições.

Os seguidores de Correa se concentraram desde cedo em pontos estratégicos da cidade para percorrer as principais avenidas de Quito até chegar ao Congresso.

``O povo tirou o Congresso. Os ratos já não estão, já não voltarão a entrar. A Constituinte deve ser feita para que saiam esses ladrões'', disse um dos manifestantes, que chegaram a ser reprimidos com gás lacrimogêneo.

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Correa afirmou que os incidentes foram provocados pela Justiça Eleitoral e pelos cem deputados por sua recusa em permitir o referendo. Ele disse que apóia os protestos desde que sejam pacíficos.

``O governo manifesta que defenderá sempre a liberdade de manifestação dos cidadãos, mas quer ratificar sua rejeição a qualquer forma de violência'', disse a porta-voz presidencial Mónica Chuji.

Na hora da invasão, os deputados se preparavam para votar o pedido de convocação do referendo, mas a sessão foi suspensa. O presidente do Congresso, Jorge Cevallos, afirmou que a polícia ficou ``imóvel'' diante dos manifestantes.