Baqba (AFP e Reuters) Centenas de simpatizantes do presidente deposto Saddam Hussein protestaram ontem contra o projeto de Constituição iraquiano, que classifica o partido Baath de grupo terrorista. Os protestos ocorreram nas cidades de Baqba e Kirkuk. Cerca de 500 manifestantes da antiga elite sunita, que dominou o regime de Saddam Hussein e os governos iraquianos anteriores, foram às ruas em Baqba, exibindo cartazes com a imagem do ex-ditador. "O Baath continua firme. Sua Constituição não tem apoio", afirmava um cartaz. "Sacrificamos nossas almas e nosso sangue por você, Saddam", lia-se em outro.
Forças de segurança isolaram a área em volta do gabinete do governador da província e deram tiros para o alto para dispersar a multidão. "Nós rejeitamos a Constituição porque ela pretende claramente dividir o Iraque com o federalismo. É uma conspiração norte-americana", afirmou o manifestante Khalid Mohammed, de 40 anos.
Em Kirkuk, centenas de sunitas se manifestaram, pedindo a retirada do artigo que classifica o Baath de grupo terrorista, e criticando uma Constituição federal que está em discussão no país. "Lutaremos contra aqueles que tentarem apagar nossa identidade árabe", dizia um cartaz. "Os árabes sunitas estão determinados a invalidar a Constituição caso se sintam eliminados", alertou o manifestante Abdel Karim al-Jaburi.
Ao contrário dos xiitas, que costumam reverenciar os clérigos que influenciam o governo, os sunitas não têm uma personalidade, religiosa ou laica, que defenda sua causa. Mas eles encontraram um poderoso aliado no carismático e radical clérigo xiita Moqtada Al Sadr, que também é contra o federalismo, ao menos enquanto durar a ocupação norte-americana.
Al Sadr é apontado como o líder do braço iraquiano da Al Qaeda, rede terrorista comandada por Osama bin Laden.
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