Os 304 mortos no naufrágio do navio sul-coreano Sewol poderiam ter sido salvos com uma operação de evacuação adequada, segundo as simulações apresentadas por um especialista no julgamento da tragédia e divulgadas nesta quinta-feira (25) pela imprensa em Seul.

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O professor Park Hyung-joo, do departamento de construção e engenharia da universidade sul-coreana de Gachon, expôs na quarta-feira (24) os resultados de três cenários simulados durante uma das audiências do julgamento do capitão e da tripulação, acusados entre outras coisas de atrasar a evacuação.

Se no último dia 16 de abril o capitão tivesse ordenado a evacuação às 8h50, com o navio inclinado em um ângulo de 30 graus, os 476 passageiros poderiam ter alcançado a cobertura e serem salvos, segundo uma das simulações do especialista, divulgadas pelo jornal local Joongang.

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Mais surpreendentes ainda são os resultados das outras duas simulações, nas quais o analista assegura que todos teriam se salvado mesmo se a ordem de evacuação tivesse sido emitida com o Sewol inclinado mais de 50 graus.

A nova declaração serviu para escorar as acusações contra o capitão e 14 membros da tripulação, acusados de homicídio e de conduta negligente no julgamento realizado em Gwangju, no sudoeste do país.

Os promotores sustentam que o capitão Lee Joon-seok, de 69 anos, e os outros três tripulantes abandonaram o navio sem se preocupar com a segurança dos passageiros após atrasar a ordem de evacuação, um comportamento que pode ter elevado o número de mortes na tragédia.

O capitão e três tripulantes estão acusados de homicídio por negligência grave e poderiam ser condenados à pena de morte, enquanto os 11 restantes, acusados de conduta negligente, podem ser condenados à prisão perpétua.

As simulações apresentadas podem aumentar a animosidade tanto das famílias das vítimas como da sociedade em geral com os tripulantes, que, no entanto, não são os únicos culpados da tragédia, segundo as investigações.

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De acordo com o revelado até agora, o Sewol estava carregado com até mais do dobro de peso permitido e não reunia as condições para navegar apesar de ter as permissões, enquanto o governo também não respondeu adequadamente.

O barco sul-coreano permanece naufragado em águas ao sudeste do país e ainda há 10 corpos desaparecidos dos 304 falecidos, a maioria estudantes de bacharelado.