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Explosão durante um bombardeio israelense na Cidade de Gaza em 4 de maio de 2019
Explosão durante um bombardeio israelense na Cidade de Gaza em 4 de maio de 2019| Foto: Mahmud Hams / AFP

Facções armadas em Gaza disseram ter concordado com um cessar-fogo com Israel na madrugada desta segunda-feira (6), depois de um fim de semana que marcou a pior onda de violência entre Israel e Hamas desde a guerra de 2014 e causou as primeiras mortes de civis israelenses desde então.

O Hamas e a Jihad Islâmica, os dois maiores grupos militantes em Gaza, confirmaram que um cessar-fogo estava em vigor a partir das 4:30 da manhã (22h30 de domingo no horário de Brasília). Um porta-voz do gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, recusou-se a comentar, mas o Exército israelense disse que as restrições de proteção para os civis no sul de Israel estavam sendo suspensas quando o lançamento de foguetes cessou.

No passado, o gabinete do primeiro-ministro recusou-se a comentar ou negou que chegou a acordos de trégua com o Hamas, que são impopulares perante parte da população israelense e do próprio governo de Netanayhu. Na segunda-feira, Netanyahu disse que a campanha "não acabou e exige paciência e sagacidade".

"Estamos preparados para continuar", disse ele.

Nas últimas 48 horas, quatro israelenses foram mortos depois que mais de 600 foguetes atingiram áreas urbanas no sul de Israel. Autoridades palestinas em Gaza disseram que 25 pessoas morreram quando Israel respondeu à violência com ataques aéreos que derrubaram prédios na faixa densamente povoada.

Acordos

Líderes do Hamas disseram que aumentaram a violência para pressionar Israel a aderir aos termos que havia acordado após outro incidente, em março. Eles acusaram Israel de renegar o acordo para permitir uma ajuda em dinheiro de US$ 30 milhões por mês do Catar, ampliar os direitos de pesca e aliviar as restrições às importações e exportações que sufocam a economia de Gaza.

As 2 milhões de pessoas que vivem em Gaza estão cada vez mais frustrada em relação ao Hamas, que está desesperado para garantir um alívio das restrições israelenses. O Egito, que vem realizando esforços para alcançar uma trégua a longo prazo, está abrindo sua fronteira terrestre com Gaza com mais frequência.

Netanyahu, no entanto, também está sendo criticado por parceiros da coalizão de direita e moradores do sul de Israel por fechar acordos com o Hamas após uma série de disparos de foguetes. Desta vez, porém, as apostas eram particularmente altas para Israel, devido ao início do concurso internacional de música Eurovision em Israel, cuja hospedagem tem sido uma grande fonte de orgulho nacional.

A cantora Madonna deve se apresentar no evento que será transmitido de Tel-Aviv – na faixa dos foguetes de Gaza.

Basem Naim, um oficial do Hamas, disse que o momento foi particularmente bom para pressionar Israel, com suas celebrações do Dia da Independência também realizadas nesta semana.

A Jihad Islâmica, a quem o exército israelense acusa de iniciar a última rodada de violência, disse que Israel concordou em implementar os "mecanismos" previamente acordados para aliviar as restrições. "Nosso povo está esperando pelo fim do cerco", afirmou. “O acordo estipula que a calma é recíproca e simultânea”.

O Hamas disse que também pediu a Israel que pare com o uso de munição real contra as manifestações de moradores palestinos na fronteira com Israel, que têm ocorrido semanalmente há mais de um ano.

Mortes

Autoridades da Saúde em Gaza disseram que mais dois corpos palestinos foram retirados dos escombros na segunda-feira, elevando o total de mortos no fim de semana para 25. Destes, Israel negou que dois, uma mulher grávida e um bebê, morreram como resultado de seus ataques aéreos. Segundo o país, eles foram atingidos quando um foguete palestino falhou.

A autoridade de saúde palestina em Gaza disse que os mortos também incluíram uma gestante, uma criança com menos de cinco anos e um menino de 12 anos. Facções militantes disseram que pelo menos nove mortos eram seus combatentes, oito deles da Jihad Islâmica, segundo o grupo.

Durante o confronto, Israel disse que realizou seu primeiro assassinato em Gaza após um hiato de vários anos. Os parceiros da coalizão de direita de Netanyahu pediram que a política fosse trazida de volta.

O Exército israelense disse que tinha como alvo um homem de 34 anos que trabalhava em um escritório de câmbio e era responsável por canalizar fundos iranianos para o Hamas e para a Jihad Islâmica. Um ataque aéreo atingiu seu carro em uma rua movimentada na Cidade de Gaza, no domingo.

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