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Sinais de vida em Marte teriam passado despercebidos em antigo estudo

Madri – Uma análise de sedimentos de um rio cujo leito mostra similaridades com a composição de Marte revelou que a missão Viking da Nasa, de 1976, pode não ter percebido a presença de vida no planeta vermelho.

Segundo o trabalho publicado ontem pela revista "PNAS" ("Proceedings of the National Academy of Sciences"), os instrumentos das duas sondas Viking que exploraram o planeta não detectaram a existência de baixos níveis de matéria orgânica na superfície.

A academia americana alerta que estes mesmos instrumentos serão usados nas próximas missões.

O cientista mexicano Rafael Navarro-González, principal autor do estudo internacional, disse que as novas conclusões deveriam servir para revisar os resultados daquela missão da Nasa e incorporar outros métodos para a busca de vida em futuras explorações em Marte.

As amostras ricas em jarosita (mineral composto de ferro) extraídas das águas do rio Tinto, que corre pela província de Huelva, sul da Espanha, e que guardam similaridades com as condições de Marte, foram "particularmente determinantes" nos primeiros resultados da pesquisa, afirmou o cientista.

O rio Tinto, que desemboca no Atlântico, atravessa uma bacia mineira com piritas como elemento mineral fundamental de sua geologia. Suas águas, por efeito dos metais, são vermelhas, densas, com grande escassez de oxigênio e onde tradicionalmente pensava-se que não era possível existir vida.

As últimas análises demonstraram, no entanto, que as águas do rio têm grande biodiversidade, organismos microscópicos que vivem entre metais pesados.

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