Escobar e Sinatra: cantor seria contato do colombiano nos EUA.| Foto: Wikimedia Commons

Filho do traficante colombiano Pablo Escobar, o arquiteto e desenhista industrial Juan Pablo Escobar, de 38 anos, está no Brasil para divulgar seu livro, “Pablo Escobar, meu pai”, escrito, segundo ele, para combater “glamourização” da imagem do pai, o traficante mais famoso da América Latina no século passado.

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No livro, publicado no Brasil pela Editora Planeta, Juan Pablo diz que seu pai não foi morto por forças de segurança, mas se matou em um telhado de Medellín durante uma perseguição policial, após ser entregue pela própria família.

Outra revelação é sobre a suposta relação da família com o cantor e ator americano Frank Sinatra. Segundo Juan Pablo, Sinatra era um contato de seu pai nos Estados Unidos. “Poucos eram os que tinham vontade de associar a imagem à de meu pai”, disse. “Tive acesso privilegiado a informações de meu pai e de alguns de seus sócios e bandidos.”

Na biografia, Juan Pablo diz que Escobar era carinhoso e dedicado à família e faz menção à conivência das autoridades colombianas no auge do terror do narcotráfico. E conta extravagâncias do pai, como seu zoológico particular e o roubo da espada de Simón Bolívar.

O filho de Escobar diz temer a glamourização da imagem do pai. “O problema que vejo na glamourização da imagem dele é que faz os jovens acreditarem que ser traficante é bom”, afirmou. Ele acusa a Colômbia de manter silêncio sobre abusos de Estado cometidos nas décadas de 80 e 90, além de tachar de “fracasso retumbante” a guerra às drogas. “Entendo que desejem que se fale de Escobar como o único responsável por tudo o que aconteceu.” Juan Pablo mora na Argentina e disse que ainda hoje recebe ameaças. “Recebi sugestões amáveis (risos) para não voltar à Colômbia”, revelou.