Painel no aeroporto Jorge Newbery, na cidade de Buenos Aires, lista voos cancelados em razão da greve de 13 de setembro| Foto: EFE/Juan Ignácio Roncoroni
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Acionistas da companhia aérea estatal Aerolíneas Argentinas decidiram nesta quarta-feira (16) demitir um membro do sindicato dos pilotos, Pablo Biró, do cargo de direção que exercia na empresa argentina devido ao Programa de Propriedade Participada (PPP) dos funcionários.

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Segundo informações do jornal Clarín, a decisão de retirar o sindicalista do colegiado de cinco diretores foi tomada porque os acionistas entenderam que suas ações vão contra os interesses da empresa. A assembleia desta quarta-feira foi requisitada pelo governo do presidente Javier Milei. O Estado é o maior acionista das Aerolíneas Argentinas.

O Clarín apurou que o substituto de Biró deve ser Eduardo García, também dirigente sindical e que é suplente. O jornal argentino apurou que o sindicato deve recorrer à Justiça para tentar reverter a demissão de Biró.

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O sindicato dos pilotos tem promovido grandes paralisações para cobrar aumento de salários, gerando prejuízos à Aerolíneas Argentinas e afetando milhares de passageiros. O governo Milei sustenta que essas greves são injustificáveis, porque as negociações salariais continuam e porque os pilotos têm salários e benefícios bem acima da média do país.

“Só neste ano, Biró participou e promoveu 13 medidas de força contra a companhia aérea, muitas delas escondidas em supostas ‘assembleias informativas’ que na verdade eram greves disfarçadas”, informou a direção das Aerolíneas Argentinas em comunicado divulgado após a votação desta quarta-feira.

“Como agravante, e dados os esforços da empresa para mitigar o impacto destas ações nos planos de viagem dos seus passageiros, as medidas foram adaptadas pelos sindicatos para causar o maior dano possível à operação, fazendo com que os horários dos protestos afetassem o maior número possível de voos. Com essas ações, Biró causou atrasos e cancelamentos de voos que prejudicaram mais de 100 mil passageiros, causando prejuízos milionários à empresa”, acrescentou.

Milei queria incluir a privatização das Aerolíneas Argentinas na Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos, aprovada no Congresso argentino em junho, mas retirou o tema do projeto para que a maior parte do texto fosse aprovada.

Porém, devido às paralisações na estatal aérea, o presidente libertário pretende tentar novamente no Legislativo a privatização da companhia. Milei afirmou que, se não for possível, entregará a gestão das Aerolíneas Argentinas aos funcionários da empresa.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]