Acionistas da companhia aérea estatal Aerolíneas Argentinas decidiram nesta quarta-feira (16) demitir um membro do sindicato dos pilotos, Pablo Biró, do cargo de direção que exercia na empresa argentina devido ao Programa de Propriedade Participada (PPP) dos funcionários.
Segundo informações do jornal Clarín, a decisão de retirar o sindicalista do colegiado de cinco diretores foi tomada porque os acionistas entenderam que suas ações vão contra os interesses da empresa. A assembleia desta quarta-feira foi requisitada pelo governo do presidente Javier Milei. O Estado é o maior acionista das Aerolíneas Argentinas.
O Clarín apurou que o substituto de Biró deve ser Eduardo García, também dirigente sindical e que é suplente. O jornal argentino apurou que o sindicato deve recorrer à Justiça para tentar reverter a demissão de Biró.
O sindicato dos pilotos tem promovido grandes paralisações para cobrar aumento de salários, gerando prejuízos à Aerolíneas Argentinas e afetando milhares de passageiros. O governo Milei sustenta que essas greves são injustificáveis, porque as negociações salariais continuam e porque os pilotos têm salários e benefícios bem acima da média do país.
“Só neste ano, Biró participou e promoveu 13 medidas de força contra a companhia aérea, muitas delas escondidas em supostas ‘assembleias informativas’ que na verdade eram greves disfarçadas”, informou a direção das Aerolíneas Argentinas em comunicado divulgado após a votação desta quarta-feira.
“Como agravante, e dados os esforços da empresa para mitigar o impacto destas ações nos planos de viagem dos seus passageiros, as medidas foram adaptadas pelos sindicatos para causar o maior dano possível à operação, fazendo com que os horários dos protestos afetassem o maior número possível de voos. Com essas ações, Biró causou atrasos e cancelamentos de voos que prejudicaram mais de 100 mil passageiros, causando prejuízos milionários à empresa”, acrescentou.
Milei queria incluir a privatização das Aerolíneas Argentinas na Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos, aprovada no Congresso argentino em junho, mas retirou o tema do projeto para que a maior parte do texto fosse aprovada.
Porém, devido às paralisações na estatal aérea, o presidente libertário pretende tentar novamente no Legislativo a privatização da companhia. Milei afirmou que, se não for possível, entregará a gestão das Aerolíneas Argentinas aos funcionários da empresa.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Ataque de Israel em Beirute deixa ao menos 11 mortos; líder do Hezbollah era alvo