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A Confederação de Trabalhadores da Educação da República Argentina (CTERA) realiza nesta segunda-feira (26) uma greve de 24 horas no setor de ensino, exigindo melhores salários, o que está prejudicando o início do ano letivo em várias províncias do país.
A CTERA decidiu entrar em greve no primeiro dia de aula, com manifestações em todo o país e um comício em frente ao Ministério da Educação em Buenos Aires, um dia antes de se reunir com as autoridades nacionais para exigir transferência de fundos e a abertura de uma mesa de negociação sobre salários em nível nacional.
Esse é um dos muitos sindicatos de professores do país, mas um dos mais combativos, que está impedindo o início das aulas na cidade de Buenos Aires e nas províncias de Corrientes, San Luis, Santa Fé, Córdoba, Entre Ríos, Formosa e Mendoza.
A greve da CTERA e de seus sindicatos membros está ocorrendo um dia antes de uma reunião com as autoridades nacionais para exigir a transferência do Fundo Nacional de Incentivo Docente (Fonid) e a formação de uma mesa de negociação nacional.
A secretária-geral da CTERA, Sonia Alesso, declarou hoje em entrevista à emissora “Radio 10” que, se não obtiverem resultados na reunião de terça-feira (27) os professores “continuarão com seu plano de luta”.
O governo de Milei cortou o Fonid - uma gama de recursos que é transferida pelo Executivo nacional para as províncias com o objetivo de melhorar os salários dos professores -, e não está disposto a estendê-lo depois que o fundo expirou em janeiro, alegando que a responsabilidade pelo serviço de educação é das províncias. Estima-se que cerca de 15% dos salários dos professores eram pagos com esse fundo.
As províncias estão processando o governo central nos tribunais para que o dinheiro do Fonid volte a ser transferido.
O corte de fundos do Executivo nacional para as províncias também inclui subsídios para o transporte público e 98% das transferências discricionárias para as províncias, como parte de seu objetivo de alcançar o equilíbrio fiscal este ano.
Os governadores consideram que o Executivo nacional esteja fazendo "represálias" em resposta à rejeição, por vários deputados ligados a eles, da chamada "Lei Omnibus", principal projeto de lei do governo de Milei, que incluía desregulamentações em vários setores.
Greves e manifestações de diferentes sindicatos e setores têm sido uma constante desde que o libertário assumiu o cargo no dia 10 de dezembro do ano passado. (Com Agência EFE)