A Grécia é afetada, nesta quarta-feira (15), por uma nova greve geral, a sétima deste ano no país. Milhares de trabalhadores cruzaram os braços, em protesto contra as medidas de austeridade do governo e as reformas trabalhistas. A greve afetou os transportes pelo país e centenas de voos foram cancelados, por causa da paralisação dos controladores de tráfego aéreo. Os serviços de ferry e ferroviários também estavam suspensos, enquanto os funcionários do transporte público realizavam paralisações no entorno da capital, Atenas.

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Os ministérios do governo, os serviços das administrações locais os tribunais e as escolas também estavam fechados ou operavam em esquema emergencial. Médicos, farmacêuticos e taxistas também pararam, enquanto uma greve dos jornalistas levou ao cancelamento dos programas matutinos de notícias.

A central sindical GSEE, que representa os trabalhadores do setor privado, e a ADEDY, do setor público, planejam um protesto para mais tarde hoje. A expectativa é de que ocorra um grande comparecimento. Temem-se novos casos de violência, como os ocorridos em manifestações anteriores.

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Em maio, a Grécia escapou por pouco da falência com o auxílio de um pacote de 110 bilhões de euros do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (UE). Em troca, o governo grego se comprometeu a tomar várias medidas de austeridade para reduzir o déficit orçamentário, além de realizar outras reformas econômicas.

Corte de custos

Hoje, o governo socialista grego passou uma controversa reforma na lei que regula os ônibus. A nova lei prevê fortes cortes nos custos trabalhistas em empresas estatais e também liberaliza o sistema trabalhista no setor. A mudança legal foi bastante atacada pela oposição e também atraiu a ira de aliados do governo.

Na semana que vem, o Parlamento votará o orçamento grego para 2011. A meta do governo é de que com o orçamento seja possível reduzir o déficit dos 9,4% do Produto Interno Bruto (PIB) projetados neste ano para 7,4% em 2011. Poucos esperam que as reformas possam ser revertidas, pois as mudanças são vistas como condição para que a Grécia receba o quarto lote do empréstimos de 110 bilhões de euros. Apesar disso, os sindicatos prometem manter seus protestos e já está marcada uma nova greve no transporte público para amanhã.