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Emmanuel Macron, presidente da França, deverá estar viajando no dia dos protestos
Emmanuel Macron, presidente da França, deverá estar viajando no dia dos protestos| Foto: EFE

A França se prepara para uma série de paralisações e protestos contrários ao projeto de reforma da previdência no país.

Sindicatos convocaram greves e manifestações para a próxima quinta-feira (19). Enquanto, isso o governo lançou uma campanha de informação e entrevistas para tentar convencer a opinião pública.

Por enquanto, o setor público deverá ter, na quinta-feira paralisações em ferrovias, nos transportes na região parisiense, na educação (incluindo universidades), na polícia e em penitenciárias. No setor privado, deve haver greve no setor de energia, entre os tripulantes da aviação comercial e outros setores econômicos menores.

"O debate na Assembleia Nacional será baseado na mobilização e greves. A batalha será travada em primeiro lugar nas empresas e nas ruas", advertiu o secretário-geral do sindicato CGT, Philippe Martinez, em entrevista à televisão estatal "France 3".

Objetivo dos grevistas é "paralisar o país"

O objetivo dos sindicatos é paralisar o país como na série de grandes greves em 1995 contra o plano do primeiro-ministro Alain Juppé (sob a presidência do conservador Jacques Chirac) de reforma previdenciária, incluindo os regimes especiais nas empresas do setor público.

Em 12 de dezembro daquele ano, dois milhões de pessoas protestaram em todo o país, segundo os sindicatos (um milhão segundo a polícia), e apenas três dias depois o governo retirou o projeto de lei.

"Podemos fazer ainda melhor" do que naquela época, disse Philippe Martinez, de forma otimista, em declarações na sexta-feira passada.

O ministro do Trabalho, Olivier Dussopt, advertiu neste domingo (15) que "os sindicatos têm o direito de convocar greves e manifestações, mas não de bloquear o país".

O que prevê o plano de reforma

Os principais pontos do plano do governo são aumentar a idade mínima da aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030 e antecipar para 2027 o aumento de 42 para 43 anos de contribuição para poder gozar de uma aposentadoria integral (até agora previsto para 2035).

Dussopt, em entrevista à emissora pública "France Inter", recordou que a reforma leva em conta aqueles que começaram a trabalhar antes dos 20 anos. Por exemplo, aqueles que iniciaram a carreira profissional aos 18 anos poderão se aposentar aos 60 com a sua pensão completa: "Não trabalharão mais do que aqueles que começaram mais tarde", disse.

A oposição ao projeto chega a 68% da população francesa, segundo um levantamento do Ifop publicada neste domingo pelo "Journal Du Dimanche". O número é mais elevado (71%) entre os jovens, as classes trabalhadoras e os desempregados.

Estes números podem ser explicados pelo fato de o discurso do governo sobre salvar o sistema de pensões "não funcionar", comentou Frédéric Dabi, diretor geral de opinião do Ifop, um dos principais institutos de pesquisa do país.

Mesmo assim, Dabi percebe um desejo "mais enfraquecido" de mobilização nas ruas, uma vez que o governo parece ter assegurado os votos em ambas as câmaras do Parlamento graças ao apoio do partido conservador Os Republicanos, que é tido como garantido.

Entretanto, o governo lançou uma grande campanha de ação e presença midiática para tentar convencer a população.

Na quinta-feira, dia das mobilizações, o presidente francês, Emmanuel Macron, estará em Barcelona para a Cúpula Espanha-França com o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez.

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