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Um sindicato representando milhares de trabalhadores sul-africanos da estatal elétrica Eskom obteve nesta quinta-feira o direito de iniciar uma greve que pode interromper o fornecimento de energia e prejudicar a indústria e a mineração durante a Copa do Mundo.

O Sindicato Nacional de Mineradores (NUM, na sigla em inglês) disse ter recebido um certificado de não-resolução da disputa salarial com a Eskom que, segundo a lei do país, permite ao sindicato iniciar uma greve se seus membros concordarem.

A Eskom disse que uma greve seria ilegal porque ameaçaria um serviço essencial e que a permissão de paralisação não significa que os trabalhadores cruzarão os braços.

Analistas veem a ameaça como um meio de pressionar a Eskom a fazer mais concessões de salários e benefícios e não creem que a ação vá adiante.

"O maior custo do impasse provavelmente recairá sobre o balanço de pagamentos da Eskom e implicará em uma ampliação das finanças públicas", disse a analista para África Anne Fruhauf, do Eurasia Group, em comunicado.

Lesiba Seshoka, porta-voz da NUM, disse à Reuters em particular que o sindicato em breve solicitará que seus membros votem para decidir a greve, mas não forneceu uma data.

Trabalhadores sul-africanos já lançaram uma série de ameaças de suspender o serviço de transporte, abandonar postos de segurança e atrasar o serviço de imigração nos aeroportos durante o Mundial se suas exigências de melhores salários e condições de trabalho não fossem contempladas.

Excetuando-se algumas interrupções nos transportes, essas ações até agora não se materializaram.

O NUM, que representa cerca de metade dos 32 mil funcionários da Eskom, reduziu seu pedido de aumento de mais de três vezes a taxa de inflação de 4,6 por cento para 9 por cento. Os sindicatos também querem a introdução de um auxílio-moradia.

A Eskom ofereceu um aumento de 8 por cento e um pagamento único de auxílio-moradia.

É improvável que uma greve durante a Copa prejudique o fornecimento de energia para os estádios que têm geradores a diesel, mas pode enfurecer milhões de espectadores que assistem aos jogos na TV.

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