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Igreja Católica

Sínodo dos Bispos poderá ter votação de mulheres pela primeira vez na história

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Freiras participando da tradicional "Peregrinação das Luzes" em El Salvador, seguram a imagem do papa Francisco. (Foto: EFE /Roberto Escobar)

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O Sínodo dos Bispos, que discute o tema da sinodalidade, termo que significa "caminhar juntos", terá na próxima assembleia em outubro um número significativo de membros que não são bispos. O papa Francisco comunicou as novas disposições na última quarta-feira (26) em carta endereçada às assembleias continentais celebradas em África, Ásia, Médio Oriente e Oceania, de acordo com a imprensa do Vaticano.

Entre as mudanças estão a presença de sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos e leigas, nomeados a partir de uma lista - a qual "pede-se" que 50% sejam mulheres - diretamente pelo papa, que também requisitou um número maior de jovens. O número de votantes não bispos é considerável: serão 70 provenientes das igrejas locais e "representando o povo de Deus", conforme reportou o Vatican News.

Esse número será escolhido pelo papa a partir de uma lista de 140 pessoas indicadas pelas conferências episcopais e pela assembleia dos patriarcas das igrejas católicas orientais. Os nomes só serão conhecidos pelo público após a ratificação papal.

O número de membros votantes nesta etapa do Sínodo será de cerca de 370, num total de mais de 400 participantes. Antes dessa mudança, havia um pequeno número de membros votantes não bispos, que eram alguns membros de institutos religiosos clericais.

O regulamento atual sobre o tema, a Constituição Apostólica Episcopalis Communio, já citava o papel de leigos na preparação das assembleias sinodais: "Nesta primeira fase, os bispos, seguindo as indicações da secretaria geral do Sínodo, submetem as questões que devem ser tratadas na assembleia sinodal aos presbíteros, diáconos e fiéis leigos de suas igrejas, individualmente ou associados, sem transcurar a valiosa contribuição que pode vir dos consagrados e das consagradas". Mas a possível presença do voto feminino é uma novidade.

O cardeal jesuíta Jean-Claude Hollerich, arcebispo de Luxemburgo e relator-geral da próxima assembleia, explica que, apesar da mudança, o Sínodo continua a ser "dos bispos" porque eles são a maioria: "Cabe aos bispos fazer um discernimento, feito em vários níveis e que no final chega ao Santo Padre. Agora há a etapa dos bispos, mas há uma questão de discernimento e esta questão foi oferecida pelo povo de Deus".

Essa medida segue a proposta do papa Francisco de formar uma igreja sinodal, focada em traçar caminhos em conjunto. A promoção de sínodos para a discussão de temas importantes foi uma das estratégias adotadas para isso; agora, o papa dá maior relevância ao papel dos leigos nas decisões pastorais da Igreja Católica. A reunião de outubro marcará o encerramento do percurso sinodal iniciado em 2021.

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