Caças da Força Aérea da Síria lançaram 60 ataques contra alvos dos insurgentes ao redor do país nesta segunda-feira (29), nos mais intensos bombardeios desde que a revolta contra o presidente Bashar Assad começou em março de 2011, informaram ativistas da oposição síria.
Os subúrbios da capital Damasco foram particularmente atingidos. Neste segunda-feira, chegou ao final a suposta trégua negociada pelo enviado internacional das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, o diplomata Lakhdar Brahimi.
Ativistas afirmam que pelo menos 500 pessoas foram mortas durante os quatro dias da suposta trégua, durante o feriado muçulmano do Eid al-Adha (Festa do Sacrifício).
Segundo os ativistas, pelo menos 80 pessoas foram mortas nesta segunda-feira. Mais cedo, autoridades sírias e a imprensa estatal informaram que a explosão de um carro-bomba matou 10 pessoas em um subúrbio cristão de Damasco. Segundo uma emissora de TV local, o ataque ocorreu próximo a uma padaria no bairro de Jaramana. Um oficial, que pediu para não ser identificado, disse que o atentado também deixou 41 feridos e causou grandes danos. A emissora de TV reportou que entre os mortos estão mulheres e crianças.
Um funcionário do governo sírio disse que o carro-bomba em Jaramana destruiu lojas e danificou apartamentos nos arredores. O bairro é habitado por cristãos e membros da seita minoritária drusa.
Outro carro-bomba explodiu em outro bairro residencial de Damasco onde rebeldes são ativos, disse o governo sírio, acrescentando que nesse segundo ataque também ocorreram baixas.
O Exército Sírio alertou na noite de domingo que iria golpear "os remanescentes terroristas com punhos de ferro", após eles terem "violado repetidamente o cessar-fogo". O regime de Assad se refere aos insurgentes como "terroristas".
Rami Abdul Rahman, chefe do Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, sediado em Londres, disse que os ataques aéreos foram os maiores desde o começo da guerra civil. "Nesta segunda-feira ocorreu a maior quantidade de bombardeios desde o começo do levante", disse Abdul Rahman. Segundo ele, os militares sírios aumentam os bombardeios para compensar perdas territoriais que têm ao redor do país.
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