O Ministério da Defesa da Rússia culpou Israel pela perda de uma aeronave IL-20M (Ilyushin 20m) na costa mediterrânea da Síria, dizendo que ela foi derrubada depois que pilotos israelenses a usaram como cobertura durante um ataque.
O major-general Igor Konashenkov, porta-voz do ministério, disse a repórteres que 15 pessoas foram mortas na segunda-feira (17) depois que as defesas aéreas sírias – ativadas em resposta aos ataques israelenses – atingiram acidentalmente um avião de vigilância russo enquanto saía da área, por volta das 23h (17h no horário de Brasília).
“Ao usar o avião russo como cobertura, os pilotos aéreos israelenses o tornaram vulnerável ao fogo de defesa aérea sírio”, disse Konashenkov. "Como resultado, o Ilyushin-20, cuja superfície reflexiva é muito maior que a do F-16, foi derrubado por um míssil lançado com o sistema S-200".
Autoridades dos EUA, ouvidas pela CNN, afirmam que os sírios estavam tentando impedir uma enxurrada de mísseis israelenses quando o avião russo foi atingido e confirmaram que Israel era responsável pelos ataques com mísseis na Síria. Recentemente um oficial do exército israelense informou que haviam abatido mais de 200 alvos iranianos em território sírio nos últimos 18 meses. Israel teme a presença cada vez mais estabelecida do Irã, inimigo de longa data, na vizinha Síria.
O Porta-voz do ministério de Defesa russo acrescentou que Israel só deu à Rússia um minuto de aviso antes de lançar o ataque.
As forças armadas israelense e russa mantêm um “mecanismo de desconexão”, que coordena suas atividades na Síria, a fim de evitar incidentes como este. Até a noite de segunda-feira, esses esforços haviam conseguido impedir conflitos diretos ou indiretos desde que a Rússia se envolveu mais profundamente na guerra civil na Síria.
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"A Rússia se reserva o direito de tomar medidas apropriadas contra ações hostis de Israel", disse Konashenkov. A Rússia interveio militarmente no conflito da Síria há três anos e é um dos aliados mais fortes do presidente Bashar al-Assad.
As Forças Armadas de Israel até o momento se recusaram a comentar o incidente.
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